Abandonaram José Maria Marin em Nova York. Os comparsas, os amigos, os bajuladores, os que achavam Marin um cara engraçado. O amigo de ditadores e torturadores, o sujeito que provocou a prisão do jornalista Vladimir Herzog - assassinado na cadeia - está enjaulado no próprio apartamento em Manhattan.
O mafioso da CBF não tem dinheiro para pagar a fiança à Justiça americana, e o prazo vence hoje. Marin tem patrimônio, mas não tem liquidez, não tem money.
Tinha um acervo de comparsas e descobre agora que não tem nem amigos. Tinha uma quadrilha que se dispersou. É um homem abandonado com sua tornozeleira na Trump Tower. Não por acaso, tem casa em NY no prédio do neonazista Donald Trump.
Marin é um milionário pelado, sem dinheiro no bolso e sem as velhas parcerias. Os amigos brasileiros poderiam fazer uma vaquinha para evitar que perca o direito à prisão domiciliar, mas fingem que não é com eles. A direita só é solidária mesmo no momento de articular golpes.
Marin não vale mais nada. Assim como Eduardo Cunha já virou um pelego velho para os que o usaram para abrir a porteira do impeachment. A direita é utilitária e oportunista. Abandonaram Cunha e, logo depois, tentaram usar e também abandonaram Michel Temer.
Vão usando e largando pela estrada, até que apareça mais alguém que se preste a ser usado em alguma ideia que sustente uma farsa moralista.
Marin não precisa de muito para continuar no castelo de Trump. Seria salvo por uma carta de crédito que qualquer amigo rico poderia obter nos Estados Unidos. Uma mixaria de US$ 2 milhões. Mas não consegue vender a mansão de R$ 23 milhões em São Paulo e perdeu o acesso ao dinheiro depositado na Suíça. E os amigos sumiram.
Sem a fiança, será levado para uma penitenciária e vestirá aqueles uniformes de preso americano. A parceria da máfia da CBF, do futebol e da política não move um dedo para salvar o companheiro.
Poderiam fazer uma rifa ou uma vaquinha. Não só por afinidade mafiosa, mas ideológica mesmo. Seria a hora de reconhecer os grandes serviços prestados por Marin aos que escaparam da Comissão da Verdade.
O próprio Marin escapou da Comissão da Verdade, que o cercou por algum tempo e depois desistiu, talvez por considerá-lo insignificante.
Acabou preso nos Estados Unidos por corrupção no futebol. Esse é o paradoxo. Aqui, poderia ter sido enquadrado por cumplicidade com os que cometeram crime contra a humanidade.
Escapou e vai puxar cana lá, como bandido comum e abandonado. A direita é ingrata.