O editorial de quarta-feira de Zero Hora (O alerta catarinense) sinaliza para "a urgência de mais atenção ao saneamento". O texto é oportuno diante da contaminação das águas de banho nas principais praias de Santa Catarina, com sério prejuízo ao turismo local, e do cuidado que o Rio Grande do Sul precisa ter para não enfrentar o mesmo problema. E como estão as praias do litoral gaúcho? Despoluídas. E isto não é fruto do acaso, mas resultado do trabalho da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) que vem cumprindo seu papel institucional de informar a população quanto à qualidade do meio ambiente, neste caso, da balneabilidade de nosso litoral.
Os mais velhos lembram, nos anos 80 e 90, as desagradáveis placas de local poluído que a Fepam instalava nos principais balneários gaúchos, bem como o grau de agressividade que os representantes municipais e os comerciantes locais tinham em relação à divulgação dos dados de qualidade da água. À época havia, inclusive, agressão aos servidores da Fepam encarregados da coleta de amostras e instalação das placas. Os indesejáveis efeitos econômicos que as placas causavam levou as autoridades municipais de nosso litoral a se mobilizarem, já que a Fepam não deixaria e não deixou de exercer seu papel de proteção ambiental, e o governo do Estado, através da Corsan, instalou os sistemas de tratamento de esgoto no litoral gaúcho. E local saneado, infelizmente, não é notícia, pelo menos de primeira página.
Porto Alegre também está preocupada com o saneamento, pois concluiu o importante projeto de coleta e tratamento de esgotos da cidade, o Programa de Saneamento Ambiental (Pisa), em que foram aplicados R$ 672,9 milhões para atender cerca de 700 mil moradores da Capital. Os resultados de tais investimentos não são imediatos, mas em alguns anos as mudanças no Guaíba poderão ser percebidas.
Seja no Estado ou na Capital, este é um dos principais papéis de um órgão ambiental: preservar a qualidade das águas a partir da transparência das informações para que o cidadão tenha a possibilidade de exigir do poder público a proteção do meio ambiente.