Depois de um ano e meio de isolamento e de muitas decisões equivocadas, a presidente Dilma Rousseff reuniu ontem o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social com o propósito de receber dos representantes da sociedade brasileira sugestões de estratégias para o enfrentamento da crise. O Conselhão - como é chamado - é composto por empresários, sindicalistas, representantes de movimentos sociais e de outros setores representativos dos cidadãos. A pauta da reunião não poderia ser mais desafiadora: apontar caminhos para o desenvolvimento em meio a uma das maiores crises da história do país.
Ainda que o processo de impeachment esteja em banho-maria e tenda a ficar paralisado até depois do Carnaval, talvez até março, a verdade é que a tempestade de frustrações ainda não passou. Com a nova fase da Operação Lava-Jato voltada para a investigação de um negócio imobiliário suspeito envolvendo a família do ex-presidente Lula, a crise política recrudesce, por conta da proximidade entre o ex-presidente e o Planalto. Somam-se a ela a gravíssima questão da saúde decorrente da epidemia de zika vírus, a retração econômica que não dá mostras de arrefecer, a inflação descontrolada, o desemprego crescente e a violência urbana que já se tornou rotineira. Recolocar o país no rumo do crescimento em 2016 é um desafio monumental para os governantes, para as lideranças políticas e de todos os setores da sociedade brasileira. Resta esperar que as sugestões dos conselheiros ajudem o governo a redefinir prioridades e a encontrar saídas para a crise.