Quando o jornalismo ganhou forma profissional, seu objetivo básico era narrar fatos para um público ávido por tomar conhecimento daquilo que passou a se chamar de notícia. Ao longo dos séculos, a profissão se sofisticou, virou artigo de primeira necessidade e se mimetizou nas transformações sociais, políticas e econômicas que redesenharam a geografia e a história do planeta. Em seu caminhar permanente, o jornalismo incorporou imagem, áudio e vídeo, se tornou instantâneo e digital.
Agora, o jornalismo tal qual o conhecíamos vive a sua maior encruzilhada. A difusão de informação não é mais um território restrito a jornalistas e meios de comunicação. Um cidadão sem qualquer vivência jornalística, mas com smartphone na mão e login em rede social, pode transmitir notícias e emitir opiniões que serão lidas e multiplicadas do outro lado da Terra. Do ponto de vista tecnológico, um único indivíduo conta hoje, em tese, com maior potencial de disseminação de um fato que um jornal de Nova York na era pré-internet, há apenas duas décadas.
Pode parecer paradoxal, mas é exatamente nesse mundo de abundância de notícias, muitas vezes com produção caseira e até adulterada, que agora se abre uma extraordinária oportunidade de valorização do jornalismo e da comunicação profissionais. Em um cenário de inundação informativa, o público precisará cada vez mais de jornalismo diferenciado, exclusivo e independente, embalado por um certificado de origem que ateste a qualidade do que está consumindo.
Nesse novo patamar, os jornalistas e veículos profissionais não serão mais apenas intermediários de ocorrências, mas sim intérpretes e, principalmente, certificadores da realidade que nos cerca. Assentados sobre a credibilidade, eles deverão cada vez mais aglutinar técnica, profundos valores éticos, sensibilidade e doses maciças de talento e criatividade para depurar versões e remontar retalhos de fatos e fenômenos para gerar informação que seja original, densa, atraente e, sobretudo, verdadeira.
Seja na divulgação de notícias ou de opiniões e análises, o jornalismo profissional terá alto valor sempre que, embalado em diferentes formatos, explicar e não confundir, quando apontar no que se deve prestar atenção em meio ao nevoeiro informativo, quando desencobrir o oculto, quando corrigir distorções e não for a reboque do que já circula por aí, quando desmontar falsidades, quando erigir altares à apuração precisa e exclusiva, quando iluminar bastidores e desfizer mal-entendidos, quando levantar e responder dúvidas, quando fizer refletir e quando, mesmo sendo curto e rápido, contiver intensa carga informativa.
É por esse universo, desafiador e grandioso, que se movimentam os jornalistas e os veículos da RBS. Em um momento histórico para a comunicação, a empresa está reafirmando publicamente sua crença no jornalismo de qualidade como estrada do presente e do futuro. Esse é o nosso propósito, de todos que trabalham em todas as áreas da RBS: contribuir para o avanço da sociedade ao levar ao público um jornalismo reconhecido como único, de valor insuperável e insubstituível - um jornalismo que, em última análise, transforme positivamente o mundo em que vivemos.