O artigo em que Caetano Veloso faz um balanço da recente visita a Israel (bit.ly/caetanotex) provocou uma previsível repercussão desde sua publicação, no domingo, pelo jornal Folha de S.Paulo. O texto termina com um parágrafo ambíguo, mas que sugere ruptura: "Gosto de Israel fisicamente. Tel Aviv é um lugar meu, de que tenho saudade, quase como tenho da Bahia. Mas acho que nunca mais voltarei lá". A Confederação Israelita Brasileira emitiu nota na qual o acusa de sucumbir à "onda de antissemitismo" (bit.ly/conib). Essa interpretação, no entanto, não é unânime. Entre os que dela divergem, está um israelense-brasileiro que, além de ter sido citado pelo compositor no artigo, dedica-se há 42 anos ao diálogo israelense-palestino.
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Por telefone, de São Paulo, Davi Windholz, 60 anos, resumiu para Olhar Global o que pensa do texto do baiano: "Caetano foi bem aberto, sentou e escutou todo mundo. Não acho que tenha tido uma atitude predeterminada de voltar ao Brasil e apoiar o boicote a Israel. Escreveu: Acho que não voltarei a Israel. O que ele quis dizer, e essa é a minha interpretação, é que, na situação atual de domínio israelense sobre os palestinos, ele não voltará a Israel. Não concordo com isso, mas não posso deixar de respeitar. O povo judeu não é monolítico em relação a Israel, ao Brasil ou a qualquer questão. Li o texto mais de uma vez e não consegui achar uma palavra antissemita lá. A Conib e eu não concordamos com o fato de ele não voltar a Israel, mas não vi nenhuma palavra antissemita".
Windholz fará palestras entre os próximos dias 16 e 22 em Porto Alegre.