Criticar sem conhecer o assunto é temerário. Um bom exemplo disso que falo é o artigo "É Proibido Proibir" da jornalista Fêcris Vasconcellos, veiculado no jornal Zero Hora deste sábado. A autora critica o projeto de lei que proíbe a venda de bebidas energéticas para menores de 18 anos.
O consumo abusivo de bebidas energéticas tem sido discutido mundialmente, e seus efeitos têm colocado os Estados Unidos da América e alguns países da Europa em alerta. No Brasil a venda de energéticos aumentou de 20,8 milhões de litros em 2002 para 118,5 milhões em 2011, ou seja, seis vezes a mais.
As pesquisas apontam a existência de um aumento nos casos de toxidade entre jovens consumidores. Esse tipo de bebida além de causar hiperatividade, pode servir como porta de entrada para o consumo excessivo de álcool e de outras drogas, contribuindo para a dependência química.
A cafeína é um estimulante do sistema nervoso central e provoca aumento da pressão arterial, podendo levar a problemas cardiovasculares. Segundo a Faculdade de Medicina de Harvard, uma lata de energético concentra de 50 a 500 mg da substância, enquanto uma xícara de café tem 75 a 150 mg. Por ser um dos principais componentes dos energéticos, a cafeína quando ingerida em excesso e indiscriminadamente, pode trazer efeitos colaterais sérios como aumento da frequência cardíaca, insônia e problemas diuréticos, podendo levar até a morte súbita.
Se tais conclusões se verificam no ser adulto, não restam dúvidas de que ao jovem o efeito é mais danoso. Ainda, outro grande efeito dessas bebidas deve-se à mistura com o álcool, o que é muito perigoso, uma vez que a pessoa que o consome pode não perceber os sinais de intoxicação alcoólica e, com isso, aumentar os riscos de acidentes, assim como a dependência do álcool. Além disso, são relatados efeitos colaterais como dor de cabeça, palpitação cardíaca e insônia, entre outros.
O projeto de lei de minha autoria, votado na quarta-feira, que proíbe a venda de bebidas energéticas para menores de 18 anos, visa coibir o consumo desses produtos baseado em pesquisas de saúde que informam a nocividade a esse segmento da população. É uma questão de saúde pública.