O Ministério das Relações Exteriores sírio denunciou, nesta terça-feira (25), uma "violação flagrante" de sua soberania depois de uma incursão mortal no sul do país.
Em um comunicado, o ministério "condenou a contínua agressão israelense contra o território sírio", particularmente "a perigosa escalada" que, segundo afirmou, matou "seis civis" na província de Deraa e que denunciou como "uma violação flagrante da soberania nacional".
O governo da província de Deraa, no sul do país, forneceu um balanço de cinco mortos após os disparos de obuses de tanques israelenses que, segundo a autoridade, entraram em território sírio.
O exército israelense afirmou ter bombardeado o sul da Síria em resposta a disparos contra seu território.
Após a queda do presidente sírio, Bashar al Assad, em dezembro, Israel enviou tropas para a zona desmilitarizada das Colinas de Golã, no sudoeste da Síria. A área fica próxima da colina ocupada por Israel desde a guerra 1967 e anexada em 1981, sem que tenha sido reconhecida pela ONU.
Desde dezembro, o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido, mas que conta com uma ampla rede de informantes na Síria, reporta quase diariamente incursões do exército israelense no sul da Síria.
Segundo o governador de Deraa, citado pela agência oficial de notícias Sana, "as reiteradas violações do exército de ocupação israelense" provocaram confrontos entre moradores e soldados, o que "levou a uma escalada israelense com disparos de artilharia e drones".
O exército israelense informou que seus soldados tinham "identificado vários terroristas que abriram fogo em direção a suas posições a partir do sul da Síria".
"Os soldados responderam e a força aérea atacou os terroristas", acrescentou a força armada.
Desde dezembro, o exército israelense também lançou centenas de ataques contra instalações militares do antigo poder na Síria, alegando que quer evitar que o arsenal caia nas mãos das novas autoridades, às quais qualifica de "jihadistas".
* AFP