Nelson Mandela, a rainha Elizabeth II e cinco presidentes dos Estados Unidos visitaram nas últimas décadas Downing Street, residência oficial e gabinete do primeiro-ministro britânico, de acordo com uma lista que foi revelada pela primeira vez nesta terça-feira (31).
Os três volumes do livro de visitas, obtidos pelos Arquivos Nacionais britânicos após a suspensão, em cima da hora, de seu leilão no início do ano, contêm um registro de visitantes desde 1970, época em que o conservador Edward Heath era o primeiro-ministro, até o segundo mandato do trabalhista Tony Blair, em 2003.
A lista de visitantes de Downing Street não é divulgada publicamente de forma sistemática, e esses registros revelam quem foram alguns dos prestigiados convidados.
"Visitar o número 10 de Downing Street é sempre uma experiência inesquecível", escreveu, em 1996, o então presidente sul-africano e herói da luta contra o apartheid Nelson Mandela. Seis anos antes, o líder tcheco Václav Havel desenhou um coração sob seu nome.
Os presidentes dos Estados Unidos Jimmy Carter, que faleceu no último domingo aos 100 anos, Ronald Reagan, George H.W. Bush, Bill Clinton e George W. Bush assinaram o livro de visitas.
"Com respeito, amizade e gratidão por essa relação que significa tanto", escreveu em 1989 George Bush pai.
Para comemorar o 250º aniversário deste prestigiado edifício localizado no coração de Londres, a primeira-ministra Margaret Thatcher e cinco de seus predecessores que estavam vivos na época assinaram a mesma página.
Outras assinaturas notáveis são as do imperador etíope Haile Selassie, do último dirigente da União Soviética, Mikhail Gorbachov, e da primeira-ministra indiana Indira Gandhi.
O registro de visitas apareceu no início de 2024, quando um de seus volumes estava prestes a ser leiloado por um preço estimado em 15.000 libras (R$ 116,3 mil na cotação atual).
De acordo com a casa de leilões, o proprietário era um funcionário aposentado que encontrou o documento em uma caixa danificada que seria jogada no lixo após uma inundação.
O governo proibiu sua venda com base em uma lei sobre documentos públicos, graças à qual também pôde se apropriar do registro.
* AFP