O Japão quer aproveitar a inteligência artificial (IA) para combater a pirataria de anime e mangá na Internet, confirmou a agência cultural do país, que denuncia os danos "graves" causados ao setor multibilionário.
Atualmente, "os donos dos direitos autorais dedicam uma parte significativa de seus recursos humanos para tentar detectar manualmente o conteúdo pirateado online", disse Keiko Momi, funcionário do órgão japonês de direitos autorais, à AFP nesta terça-feira (3).
No entanto, eles mal conseguem "acompanhar" a proliferação dos downloads ilegais, de acordo com a agência.
Há mais de mil sites que compartilham ilegalmente mangás japoneses gratuitamente, dos quais aproximadamente 70% oferecem traduções em idiomas estrangeiros, como inglês, chinês e vietnamita, de acordo com um grupo de editoras japonesas.
A situação levou a "pedidos de automação desse processo", ou seja, identificação automatizada por IA de conteúdo pirateado, disse Momi, acrescentando que a agência foi inspirada pelo programa antipirataria assistido por IA da Coreia do Sul.
Como parte dessa iniciativa piloto sob a supervisão da agência, a IA será treinada para navegar na Internet em busca de sites piratas, usando seu sistema de detecção de imagens e textos.
Se for bem-sucedido, o sistema poderá ser aplicado a outros setores de conteúdo, como música e cinema, informou a agência.
Essa estratégia, com um custo de 300 milhões de ienes (valor em 12 milhões de reais na cotação atual), está incluída no orçamento adicional proposto pela agência cultural para o ano fiscal atual, que termina em 31 de março.
* AFP