O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, foi eleito pessoa do ano de 2024 pela revista Time nesta quinta-feira (12). A publicação destaca que o presidente republicano “fez uma impressionante retomada política” neste ano.
Esta é a segunda vez que Trump é eleito pessoa do ano pela Time. A primeira vez foi em 2016, ano da sua primeira vitória como candidato a presidente dos EUA.
Eleito presidente pelo voto popular
De acordo com a Time, Trump mobilizou jovens eleitores do sexo masculino que o impulsionaram a uma vitória no voto popular pela primeira vez, além da conquista de todos os estados-chave.
O editor-chefe da revista, Sam Jacobs, afirmou no programa Today, da NBC, nesta quinta, que Trump foi "para o bem ou para o mal, quem teve a maior influência nas notícias em 2024".
— Trata-se de alguém que realizou um retorno histórico, que remodelou a presidência americana e está reorganizando a política dos Estados Unidos. É difícil contestar o fato de que a pessoa que está prestes a ocupar o Salão Oval é a mais influente no noticiário — afirmou ele.
Relembre a trajetória do presidente
O ano de 2024 foi um grande ano para Donald Trump. Em maio, recebia uma condenação criminal por fraude contábil em um tribunal de Nova York. Em novembro, venceu a democrata Kamala Harris na eleição como presidente dos EUA.
Atualmente, o republicano tem uma fortuna estimada em cerca de US$ 6,5 bilhões (cerca de R$ 32 bilhões), fruto de seu conglomerado de empresas que inclui redes de hotéis, resorts, cassinos e campos de golfes dentro e fora dos Estados Unidos. E de uma carreira como personalidade da TV, que o alçou à fama antes de se tornar presidente dos EUA, em 2017.
A trajetória de Trump também envolve processos judiciais, denúncias de crimes sexuais, três casamentos, cinco filhos, 10 netos, uma mudança det partido e uma série de falas e declarações polêmicas.
Em 2024, a campanha de Trump foi marcada por momentos de tensão, como o atentado sofrido durante seu comício. Também em março deste ano, ele passou a integrar a lista de 400 pessoas mais ricas do mundo, segundo o ranking da Forbes.
Donald John Trump nasceu em uma família bem-sucedida no mercado imobiliário de Nova York. Graças a isso, formou-se em Administração na Universidade da Pensilvânia. Sua liderança nos negócios da família transformou o nome Trump em uma marca de valor no mercado.
Em 1980, sofreu seu primeiro processo judicial: foi acusado de discriminar famílias negras em aluguéis de apartamentos em um de seus prédios. Trump chegou a um acordo, mas declarou vitória alegando que em nenhum momento reconheceu culpa e acusou o governo de perseguição, seguindo a estratégia de ataque que marca sua carreira profissional e política.
Seu lema "sempre clame vitória, jamais admita a derrota" veio de Roy Cohn, seu grande mentor e um polêmico advogado, conhecido por representar mafiosos do país.
Nos anos 2000, ele se tornou conhecido por apresentar o reality show “O Aprendiz”, uma competição entre aspirantes a executivos de negócios.
Em seguida, Trump entrou para a vida política. Através de entrevistas e aproximações com organizações conservadoras do país, ele foi impulsionando seu nome no cenário.
A decisão de candidatar-se à presidência foi tratada como piada por parte da mídia e por integrantes do partido Republicano, mas o discurso nacionalista e populista de Trump atraiu o público conservador.
Em 2016, numa campanha marcada por escândalos, ataques e interferência russa, Donald Trump venceu a disputa contra Hillary Clinton e se tornou presidente dos Estados Unidos pela primeira vez.
Em exercício, Trump reduziu impostos para empresas, indicou juízes conservadores para cortes federais e à Suprema Corte e restringiu a imigração Legal para os Estados Unidos. O mandato foi marcado pelo aumento na polarização da população norte-americana, mediante aos fortes posicionamentos e ideias, como a construção do Muro entre EUA e México.
Em 2020, a condução de Trump no combate à pandemia de Covid-19 levou-o a ser derrotado por Joe Biden e sua vice, Kamala Harris, em uma eleição com participação recorde da população.
Em 6 de janeiro de 2021, dias antes da posse de Biden, Trump fez um discurso em Washington em que incitou apoiadores a impedirem o novo governo. Horas depois, o Capitólio foi invadido e marcou um dos principais golpes contra a democracia norte-americana. Ele negou ter incitado a invasão e disse que a invasão representou um "dia do amor" em que nada de errado aconteceu.
Em 2023, virou réu em quatro processos diferentes, com 91 acusações no total. Trump é o primeiro presidente já condenado na Justiça da história dos Estados Unidos.
Trump foi condenado por fraude contábil ao declarar como gasto de campanha um papagamento feito à ex-atriz pornô Stormy Daniels. O dinheiro, segundo a acusação, foi pago para comprar o silêncio de Daniels, com que Trump teria tido um caso extraconjugal durante a campanha presidencial de 2016.
O processo não envolveu crime de natureza sexual, mas Trump foi acusado por outras 18 mulheres de crimes sexuais — três deles estupros — segundo um levantamento da rede de TV norte-americana ABC. Ele negou todos.
Não foi a primeira vez que o republicano foi acusado de estupro. Sua primeira esposa, Ivana Trump, de quem ele se divorciou na década de 1990, disse logo após a separação ter sido estuprada pelo ex-marido. A acusação nunca foi levada adiante e a investigação foi arquivada. Ivana faleceu em 2022.
Atualmente, é casado com a eslovena Melania Tump há mais de 20 anos. Os dois se conheceram durante uma festa em Nova York em 1998. Como primeira-dama, durante a gestão de Trump entre 2017 e 2021, também manteve a discrição e deu poucas entrevistas, embora acompanhasse com frequência o marido em eventos e viagens internacionais.