Bashar al-Assad e sua família estão em Moscou, anunciaram as agências de notícias russas neste domingo (8) à noite (pelo horário local), citando uma fonte do Kremlin, depois que o líder sírio foi derrubado por uma ofensiva de uma aliança de rebeldes liderados por islamistas radicais.
"Assad e os membros de sua família chegaram a Moscou. A Rússia lhes concedeu asilo por razões humanitárias", disse a fonte às agências de notícias TASS e Ria Novosti.
Em comunicado mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia negou ter participado das negociações que levaram Assad a deixar o poder sírio.
Segundo o texto, o ditador saiu do país de origem após acordo com "participantes do conflito armado", deixando a presidência com "instruções para realizar a transferência de poder de forma pacífica".
Leia o comunicado russo na íntegra:
"Estamos a acompanhar os acontecimentos dramáticos na Síria com extrema preocupação.
Como resultado das negociações entre B. Assad e vários participantes do conflito armado no território da República Árabe Síria, ele decidiu deixar o cargo presidencial e deixou o país, dando instruções para realizar a transferência de poder de forma pacífica.
A Rússia não participou nestas negociações.
Ao mesmo tempo, apelamos a todas as partes envolvidas com um apelo convincente para que renunciem ao uso da violência e resolvam todas as questões de governação através de meios políticos.
A este respeito, a Federação Russa está em contacto com todos os grupos da oposição síria.
Apelamos ao respeito pelas opiniões de todas as forças étnico-confessionais na sociedade síria e apoiamos os esforços para estabelecer um processo político inclusivo baseado na resolução 2254 adoptada por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU.
Esperamos que estas abordagens sejam tidas em conta pela ONU e por todos os intervenientes interessados, nomeadamente no contexto da implementação da iniciativa do Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para a Síria, Helman Pedersen, de organizar urgentemente negociações inclusivas em Genebra.
Ao mesmo tempo, estão a ser tomadas todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos nossos cidadãos na Síria.
As bases militares russas na Síria estão em alerta máximo. No momento não há nenhuma ameaça séria a sua segurança."