O diretor executivo do TikTok, Shou Zi Chew, defendeu nesta sexta-feira (15), em Lima, a política de proteção de dados da plataforma, diante de acusações dos Estados Unidos de que a China utiliza essas informações contra seus interesses.
Durante uma conferência no âmbito da cúpula Ásia-Pacífico (Apec), Chew afirmou que a "confiança" é um dos pilares do TikTok, e que a empresa faz "todo o possível" para ser "uma das mais seguras do mundo".
"A segurança das informações dos usuários não é negociável; é um dos princípios centrais que impulsionam o TikTok para a vanguarda das inovações em proteção de dados", declarou o CEO, na reunião que contou com líderes como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o da China, Xi Jinping.
O aplicativo de vídeos curtos, que possui mais de 1 bilhão de usuários, enfrenta a possibilidade de ser banido nos Estados Unidos caso não mude de proprietário - atualmente a empresa chinesa ByteDance - conforme estipula uma lei que entrará em vigor no início de 2025.
Segundo Washington, a ByteDance atende a solicitações do governo chinês para acessar dados de usuários americanos, inclusive cedendo a pressões para censurar ou promover conteúdos específicos na plataforma.
No entanto, Chew insistiu na "transparência" do TikTok e sua "disposição" para solucionar os desafios de segurança "com todas as partes interessadas". "Vamos proteger a liberdade de expressão em termos de proteção de dados", assegurou.
O diretor executivo destacou que a empresa já investiu 1,5 bilhão de dólares (R$ 8,7 bilhões) para proteger essas informações nos Estados Unidos, onde tem 170 milhões de usuários.
O TikTok também é alvo de processos em 14 estados americanos que acusam a plataforma de atrair jovens com funções viciantes, causando danos à saúde mental e violando sua privacidade.
"Tenho três filhos e sinto profundamente essa responsabilidade. Tenho orgulho das medidas de proteção implementadas pelo TikTok", disse Chew, destacando que a rede social não permite usuários com menos de 13 anos.
Ele também anunciou que a empresa gastará 12 bilhões de dólares (R$ 69,5 bilhões) "para proteger os dados de usuários na Europa" e que, nos últimos três meses, eliminou 135 milhões de vídeos que violaram suas diretrizes.
Os questionamentos ao TikTok, contudo, não se limitam aos Estados Unidos. O Brasil exigiu medidas da plataforma após identificar possíveis violações de dados pessoais de menores e irregularidades na verificação de idade.
E o governo do Canadá anunciou, em 6 de novembro, o encerramento das operações da filial canadense da ByteDance após uma revisão de segurança, embora o aplicativo continue disponível no país.
* AFP