A madrugada deste domingo (10) foi marcada pelo maior ataque com drones entre Rússia e Ucrânia desde o início da guerra, conforme denunciado por ambos os países.
Pela manhã, o Ministério da Defesa russo anunciou ter abatido 34 drones ucranianos que tinham Moscou como alvo — o maior ataque à capital russa desde o início do conflito, em fevereiro de 2022. Além desses, outros 36 drones foram interceptados em regiões próximas a Moscou e em áreas na fronteira ucraniana.
O ataque levou ao fechamento temporário de três aeroportos da capital, deixou uma mulher ferida e causou incêndios em duas casas em Ramenskoye, de acordo com autoridades locais.
Em resposta, a Ucrânia também registrou um ataque “recorde” de 145 drones russos na madrugada de domingo, segundo o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em comunicado no X (antigo Twitter). A Força Aérea ucraniana afirmou que, às 04h30min (horário de Brasília) já havia neutralizado 62 desses drones em 13 regiões do país.
Até o momento, Kiev não relatou vítimas ou reivindicou responsabilidade pelos ataques a Moscou, destacando que suas ações são uma resposta aos constantes bombardeios russos desde o início da ofensiva, em fevereiro de 2022.
Sinais positivos com Trump
Com o conflito se intensificando, o governo russo destacou "sinais positivos" emitidos pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre uma possível resolução do embate.
— Os sinais são positivos. Trump, durante sua campanha, afirmou que considera resolver (o conflito na Ucrânia) por meio de acordos. Ele acredita ser capaz de alcançar um entendimento que traga paz — afirmou o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, à imprensa estatal.
Embora Trump só assuma o cargo em janeiro, os ataques não demonstram sinais de trégua.
Acordo entre Rússia e Coreia do Norte
No leste da Ucrânia, a Rússia afirmou ter conquistado a localidade de Vovtchenka, na região de Donetsk. O vilarejo fica a cerca de cinco quilômetros de Kurakhov, cidade industrial que abriga um importante depósito de lítio.
Para reforçar sua posição, a Rússia assinou recentemente um acordo de defesa mútua com a Coreia do Norte, durante a visita de Putin a Pyongyang, em junho. O pacto, que formaliza a crescente cooperação de segurança entre os dois países, estabelece “assistência militar imediata” em caso de ataque a qualquer uma das nações.
De acordo com Kiev, Washington e autoridades sul-coreanas, a Coreia do Norte teria enviado cerca de 10 mil soldados à Rússia para apoiar o exército no combate às forças ucranianas.
Quando questionado em outubro sobre o envio de soldados norte-coreanos, Putin não desmentiu, preferindo criticar o apoio militar ocidental à Ucrânia, um fator que, segundo ele, intensifica o conflito.