Após a vitória na disputa pela Casa Branca, quando derrotou a democrata Kamala Harris, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, começa montar a equipe que estará com ele no segundo mandato. Veja, a seguir, os nomes já anunciados pelo republicano, que tomará posse em 20 de janeiro de 2025.
Supervisor das fronteiras
Trump anunciou a reintegração de Tom Homan como diretor do Serviço de Imigração e Alfândegas (ICE) no domingo (10) à noite. A decisão, revelada nesta segunda-feira (11), marca o início de uma política de imigração mais rigorosa.
Trump prometeu iniciar a maior operação de deportação de imigrantes sem documentos na história do país.
"Tenho o prazer de anunciar que Tom Homan, ex-diretor do ICE e defensor do controle de fronteiras, se unirá ao governo Trump como responsável pelas fronteiras da nossa nação", publicou o presidente eleito na rede social Truth Social.
Homan, que liderou o ICE durante o mandato anterior de Trump (2017-2021), será encarregado de todas as deportações de estrangeiros ilegais.
Durante a campanha eleitoral, Trump utilizou um discurso inflamado contra os imigrantes, prometendo acabar com os programas de acolhimento e reinstaurar a política de separação de famílias na fronteira.
— Comecem a fazer suas malas já — declarou Homan em julho, durante a Convenção Nacional Republicana, dirigindo-se aos imigrantes ilegais.
Embaixadora na ONU
Além de Homan, Trump anunciou outras nomeações significativas para a administração. Também nesta segunda-feira, a congressista republicana Elise Stefanik foi nomeada embaixadora dos Estados Unidos na ONU.
— Elise é uma lutadora incrivelmente forte, dura e inteligente do "America First" — afirmou Trump.
Ainda nesta segunda, a republicana confirmou que aceitou o cargo e se declarou "realmente honrada".
Chefe de gabinete
Susie Wiles, com 40 anos de carreira na política americana, foi anunciada na última quinta-feira (7) como a nova chefe de gabinete de Trump, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo.
Trump descreveu Susie como "forte, inteligente, inovadora" e "universalmente admirada e respeitada".
Chefe do Departamento de Eficiência Governamental
O bilionário Elon Musk foi escolhido na terça-feira (12) para chefiar o chamado "Departamento de Eficiência Governamental" ao lado do empresário americano Vivek Ramaswamy.
"Juntos, esses dois americanos extraordinários abrirão o caminho para que minha administração desmonte a burocracia governamental, elimine regulamentações excessivas, corte gastos desnecessários e reestruture agências federais — essenciais para o Movimento 'Salvar a América'", declarou Trump em um comunicado.
Embaixador em Israel
O ex-governador do Arkansas Mike Huckabee, foi escolhido na terça-feira (12) para comandar a embaixada dos EUA em Israel a partir de 2025.
No anúncio, Trump disse que Huckabee "ama Israel e o povo do país, da mesma forma, o povo de Israel o ama".
— Mike trabalhará incansavelmente para levar a paz ao Oriente Médio", afirmou Trump.
John Ratcliffe indicado para chefiar a CIA
O presidente Donald Trump anunciou que John Ratcliffe, que foi diretor de Inteligência Nacional durante o primeiro mandato do republicano, será o próximo diretor da CIA. A confirmação depende de aprovação do Senado.
Apresentador da Fox News é indicado por Donald Trump para secretário de Defesa
Trump nomeou o apresentador da Fox News e veterano das guerras do Iraque e Afeganistão, Pete Hegseth, para ser secretário de Defesa dos Estados Unidos.
Trump confirma Marco Rubio como secretário de Estado
Donald Trump anunciou que o senador pela Flórida Marco Rubio será o chefe da diplomacia de seu futuro governo.
Rubio é uma "voz muito poderosa para a liberdade" e "um guerreiro destemido que nunca recuará diante de nossos adversários", disse Trump em um comunicado sobre o próximo secretário de Estado.
Rubio, filho de imigrantes cubanos, é favorável a aplicar uma linha-dura com a China e o Irã. Ele também apoia Israel e quer acabar com a guerra na Ucrânia.
Secretário de Saúde
Donald Trump nomeou na quinta-feira (14) Robert F. Kennedy Jr., conhecido por defender teorias da conspiração e por seu ceticismo em relação às vacinas, como secretário de Saúde.
O Departamento de Saúde "terá um grande papel em ajudar a garantir que todos sejam protegidos de produtos químicos nocivos, poluentes, pesticidas, produtos farmacêuticos e aditivos alimentares que contribuíram para a esmagadora crise sanitária neste país", declarou Trump.
Conhecido como RFK Jr., ele chegou a se apresentar como candidato independente à presidência, mas retirou a candidatura em agosto para apoiar o republicano.
Kennedy, que é sobrinho do presidente assassinado John F. Kennedy, causou consternação em outros membros de uma das famílias democratas mais famosas dos Estados Unidos.
Secretária de Imprensa
Karoline Leavitt foi a indicada do presidente eleito dos Estados Unidos para a secretaria de imprensa da Casa Branca. Com apenas 27 anos, Karoline atuou como porta-voz durante a campanha de Trump. Ela será a pessoa mais jovem na história a ocupar o posto do governo americano.
— Ela é inteligente, firme e provou ser uma comunicadora altamente eficaz. Tenho a máxima confiança de que ela irá se destacar no cargo e ajudar a transmitir nossa mensagem ao povo americano — justificou o presidente eleito durante o anúncio.
Como secretária de imprensa, Karoline será "o rosto" da Casa Branca. Ela atuará no atendimento à imprensa, informando resumos da agenda da presidência e respondendo a temas específicos.
Secretário de Energia
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou no sábado (16) o magnata do setor de petróleo e gás Chris Wright como seu secretário de Energia.
Wright é o fundador da Liberty Energy, empresa que atende as companhias de energia responsáveis por aumentar significativamente a produção de combustíveis fósseis nos Estados Unidos nos últimos anos, por meio da extração de petróleo e gás em campos de xisto, um processo conhecido como "fracking".
— Como secretário de Energia, Chris será um líder-chave, impulsionando a inovação, cortando a burocracia e inaugurando uma nova "Era Dourada de Prosperidade Americana e Paz Global — disse Trump em um comunicado.
Diretor da Comissão Federal de Comunicações
Donald Trump escolheu o republicano Brendan Carr, um crítico das grandes empresas de tecnologia apoiado por Elon Musk, para comandar a Comissão Federal de Comunicações (FCC) e o chamou de "guerreiro pela liberdade de expressão", em um comunicado divulgado no domingo (17).
Carr "lutou contra o 'lawfare' regulatório que sufocou as liberdades dos americanos e vai acabar com o ataque regulatório que tem prejudicado os criadores de empregos e inovadores dos Estados Unidos, e garantirá que a FCC atenda às necessidades da área rural dos Estados Unidos", afirmou Trump.
Carr já era o republicano de maior hierarquia na FCC, uma agência independente que regulamenta licenças de televisão e rádio, preços de internet residencial e outras questões relacionadas à comunicação nos Estados Unidos.
Ele estabeleceu uma aliança com o bilionário Musk, o apoiador mais rico de Trump, cujo serviço de internet por satélite Starlink poderia ser beneficiado pelo acesso a recursos federais.
Scott Bessent vai assumir como secretário do Tesouro
Donald Trump indicou o gestor de fundos de investimento Scott Bessent como secretário do Tesouro, um cargo-chave para a execução da sua política fiscal.
Bessent, CEO do Key Square Group, defende uma extensão dos cortes de impostos do primeiro governo Trump, a reafirmação do domínio energético americano e o enfrentamento do déficit orçamentário.
Trump escolhe Pam Bondi como procuradora-geral após desistência de Matt Gaetz
Trump nomeou a ex-procuradora-geral da Flórida, Pam Bondi, como procuradora-geral do país, horas depois de seu primeiro indicado, Matt Gaetz, ter desistido da nomeação.
Pam Bondi é uma antiga aliada de Trump e estava na equipe jurídica do presidente eleito durante seu primeiro julgamento de impeachment, quando foi acusado — mas não condenado — de abusar de seu poder ao tentar condicionar a assistência militar dos EUA à Ucrânia à investigação do então ex-vice-presidente Joe Biden pelo país.
Ela também estava entre um grupo de republicanos que apareceu para apoiar Trump em seu julgamento criminal por suborno em Nova York, que terminou em maio com uma condenação por 34 acusações de crime.
Conservador do Projeto 2025 vai liderar Orçamento
Trump escolheu uma figura chave do Projeto 2025 para liderar o Escritório de Gerenciamento e Orçamento, promovendo um aliado de longa data que passou os últimos quatro anos fazendo planos para reformular o governo norte-americano para aumentar o poder presidencial.
O indicado, Russell T. Vought, supervisionará o orçamento da Casa Branca e ajudará a determinar se as agências federais estão em conformidade com as políticas do presidente.
Vought foi uma figura líder no Projeto 2025, um esforço de organizações conservadoras para construir um plano de governo para Trump, caso ele assumisse o cargo novamente. Trump tentou se distanciar do esforço durante sua campanha, mas indicou pessoas com ligações ao projeto para seu governo desde a eleição.
Deputada moderada assume Secretaria do Trabalho
Lori Chavez-DeRemer, deputada republicana em primeiro mandato do Oregon que perdeu por pouco sua vaga na Câmara neste mês, foi escolhida para servir como secretária do Trabalho.
Ex-deputado antivacina vai comandar CDC
Trump escolheu David Weldon, ex-congressista, para servir como diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Weldon, 71, é natural de Long Island e obteve um diploma de medicina em Nova York antes de se mudar para a Flórida para abrir seu consultório.
Como membro do Congresso, Weldon promoveu a noção falsa de que o timerosal, um composto conservante em algumas vacinas, causou uma explosão de autismo - uma hipótese que especialistas dizem não ter evidência.
A escolha de Trump sinaliza mais uma vez seu compromisso em reformar o papel das agências federais de saúde de maneiras radicais. Embora Weldon seja médico, seu ceticismo em relação à segurança das vacinas e preocupação com o papel do CDC ecoam os posicionamentos de outros nomeados, incluindo Robert F. Kennedy Jr.
FDA será liderado por crítico do establishment médico
Trump anunciou que nomearia o Martin A. Makary, 54 anos, cirurgião da Universidade Johns Hopkins, para ser comissário da Food and Drug Administration (Administração de Alimentos e Medicamentos). Em uma publicação nas redes sociais, Trump disse: "A FDA perdeu a confiança dos americanos e perdeu de vista seu objetivo primário como regulador."
Ele disse que Makary trabalharia sob Robert F. Kennedy Jr., a escolha para secretário de Saúde, para "avaliar adequadamente os químicos prejudiciais que envenenam o fornecimento de alimentos e medicamentos da nossa nação."
Ele também ganhou atenção durante a pandemia, opinando sobre imunidade de rebanho, vacinas e máscaras em 2021, irritando médicos que ainda estavam lidando com UTIs lotadas e centenas de mortes por semana.
Colaboradora da Fox News será cirurgiã-geral
Trump selecionou Janette Nesheiwat, uma diretora médica de Nova York com laços familiares com sua primeira administração e colaboradora da Fox News, para ser a próxima cirurgiã-geral dos Estados Unidos.
"Ela está comprometida em garantir que os americanos tenham acesso a uma assistência médica acessível e de qualidade, e acredita em empoderar os indivíduos para assumirem controle de sua saúde para viverem vidas mais longas e saudáveis", disse Trump em uma postagem nas redes sociais.
Ex-jogador de futebol vai comandar área de Habitação
Trump escolheu Scott Turner, ex-jogador de futebol americano profissional pouco conhecido e palestrante motivacional, para liderar o Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano, agência que desempenha um papel central no enfrentamento da crescente crise de acessibilidade habitacional nacional.
Turner, 52 anos, atuou como funcionário de nível intermediário no primeiro governo Trump, quando liderou um conselho que supervisionava as zonas de oportunidade federais, um programa que aproveita incentivos fiscais e outros incentivos econômicos para construir habitações acessíveis e promover o crescimento econômico em áreas empobrecidas.
Gorka volta à Casa Branca como conselheiro
Sebastian Gorka, polêmico comentarista conservador que trabalhou brevemente na Casa Branca no primeiro mandato de Trump, foi nomeado para uma posição sênior de assessoria. Trump nomeou Gorka como assistente adjunto do presidente e diretor sênior para contraterrorismo.
Ele descreveu Gorka como "um defensor incansável da Agenda America First e do Movimento MAGA" desde 2015.