O Hamas confirmou nesta sexta-feira (18) a morte do líder Yahya Sinwar, morto na quinta-feira (17) em uma operação israelense na Faixa de Gaza.
— Choramos a morte do grande líder, o irmão mártir Yahya Sinwar, Abu Ibrahim — declarou Khalil al Hayya, um dirigente do Hamas que mora no Catar, em um vídeo exibido pelo canal Al Jazeera.
O grupo terrorista afirmou ainda que não libertará os reféns que está em posse até que Israel termine a guerra em Gaza, se retire do território palestino e liberte os palestinos presos.
— Os reféns não serão livres, a menos que a agressão contra o nosso povo cesse, aconteça uma retirada completa e os nossos prisioneiros sejam libertados das prisões da ocupação — completou al-Hayya.
Exército de Israel divulga imagens que mostram Yahya Sinwar momentos antes da sua morte
As Forças de Defesa de Israel divulgaram no fim da tarde desta quinta-feira (17) um vídeo que, suspostamente, mostra o terrorista do Hamas Yahya Sinwar momentos antes da sua morte (assista abaixo).
Nas imagens divulgadas, um drone israelense entra nos escombros de um empreendimento e identifica um homem sentado em uma poltrona, que seria Sinwar. O terrorista ainda tenta jogar um objeto contra o drone, porém não acerta.
Quem era Yahya Sinwar
Sinwar era o mais alto representante do Hamas na Faixa de Gaza, onde o grupo exerce controle político. Ele assumiu a liderança do Hamas após a morte de Ismael Haniyeh, morto por Israel em julho, no Irã.
O ex-líder do grupo terrorista cumpriu 23 anos em prisões israelenses, condenado a quatro sentenças de prisão perpétua pelo assassinato de dois soldados israelenses e quatro palestinos acusados de espionagem para Israel.
Ele foi libertado em 2011, juntamente com mais 1.026 prisioneiros palestinos, em troca do soldado israelense Gilad Shalit, que havia sido sequestrado pelo Hamas cinco anos antes.
Em 2018, durante negociações para um cessar-fogo com Israel, Sinwar escreveu, de próprio punho e em hebraico, uma mensagem ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu com apenas duas palavras: "risco calculado". Netanyahu então concordou em permitir a entrada de ajuda financeira regular do Catar para Gaza, em troca de uma trégua com o Hamas, sem atender a outras exigências, como a troca de prisioneiros e o fim do bloqueio ao enclave.
Desde o início dos anos 2000, Sinwar e outros líderes do Hamas passaram a viver escondidos em bunkers, após uma série de assassinatos seletivos realizados por Israel contra comandantes do grupo.
Considerado um dos principais arquitetos dos ataques de 7 de outubro de 2023, Sinwar foi novamente colocado na mira de Israel, que desde então declarou guerra ao Hamas, lançando diversos ataques à Faixa de Gaza.
— Yahya Sinwar, o líder do Hamas que reacendeu o conflito entre Palestina e Israel, é um homem morto — declarou Daniel Hagari, porta-voz do exército israelense, após os ataques de outubro de 2023.