O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que a guerra na Faixa de Gaza não chega ao fim com o assassinato do líder do Hamas e principal arquiteto do ataque terrorista de 7 de outubro, Yahya Sinwar.
— O mal levou um golpe duro, mas a missão que estamos diante ainda não acabou — disse em discurso, transmitido pela TV israelense, nesta quinta-feira (17).
Netanyahu também se dirigiu aos membros restantes do Hamas para pedir que se rendam e entreguem os reféns levados de Israel para a Faixa de Gaza no 7 de outubro. De acordo com as autoridades, 101 pessoas continuam presas.
— Para aqueles que estão com os sequestrados: liberte-os e deixaremos vocês vivos — declarou.
O discurso do premier aconteceu cerca de uma hora depois do Exército de Israel confirmar a morte de Sinwar em uma operação no sul de Gaza nesta quinta-feira (17). Netanyahu disse que o resgate dos reféns é uma obrigação e que o assassinato do líder do Hamas marca um momento importante da guerra.
— É um marco importante na queda do governo do Hamas em Gaza — disse.
A morte de Sinwar causou ansiedade entre os parentes dos reféns. Ao jornal israelense Hareetz, uma família considerou a morte um "acontecimento sensível" que exige a negociação de acordos para a libertação dos reféns o quanto antes.
— Os objetivos definidos para a guerra com Gaza foram alcançados. Todos, exceto a libertação dos reféns. Sinwar foi descrito como um grande obstáculo para um acordo e não está mais vivo. É importante que toda a atenção esteja focada agora em atingir o objetivo do acordo que garantiria a libertação do nosso filho e do resto dos reféns — disse Ronen Neutra, pai de um refém israelense-americano, ao jornal.
Fim da guerra?
Na Faixa de Gaza, a notícia da morte do líder do Hamas também despertou a expectativa do fim da guerra entre os civis.
Após a confirmação da morte, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, conversou com o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Adbulrahman Al Thani, um dos principais mediadores na guerra, para discutir como agir para "acabar com a guerra na Faixa de Gaza e reduzir a escalada no Líbano", segundo um comunicado de Doha.
O Catar tem sido um grande mediador nas negociações sobre um cessar-fogo com o Hamas, que mantém um escritório político em Doha.
Mais cedo, o presidente de Israel, Isaac Herzog, saudou o Exército israelense após a morte do terrorista do Hamas:
"Sinwar, o arquiteto do ataque mortal do 7 de Outubro, foi durante anos responsável por atos hediondos de terrorismo contra civis israelenses, cidadãos de outros países, e pelo assassinato de milhares de pessoas inocentes."
"Agora, mais do que nunca, devemos agir de todas as maneiras possíveis para trazer de volta os 101 reféns que ainda estão sendo mantidos em condições horríveis por terroristas do Hamas em Gaza", acrescentou Herzog em um comunicado.
A operação militar em Gaza que matou Sinwar começou após um ataque aéreo israelense. O ministério da Saúde de Gaza afirmou que o ataque deixou pelo menos 28 mortos em uma escola.
Segundo o oficial, o Hospital Kamal Adwan, nas proximidades, estava lutando para tratar as vítimas.
— Muitas mulheres e crianças estão em estado crítico — disse ele.