Pelo menos duas estátuas do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013) foram derrubadas na segunda-feira (29) na Venezuela, em meio a protestos contra a proclamação do presidente Nicolás Maduro como vencedor das eleições de domingo (28).
— Foram atacar o comandante Chávez, o melhor presidente que a Venezuela teve em 150 anos — criticou Maduro em discurso na TV, durante o qual exibiu imagens da derrubada das estátuas, que ocorreu em La Guaira e Mariara. Os registros haviam circulado nas redes sociais e sido divulgados pela imprensa.
Maduro chegou à presidência em 2013, após a morte de Chávez, e conquistou no domingo o terceiro mandato de seis anos, segundo os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Paralelamente à proclamação formal de Maduro na segunda, houve manifestações em diferentes setores de Caracas e no interior do país. A militarizada Guarda Nacional dispersou várias delas com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Em alguns bairros, foram ouvidos tiros.
Após acessar cópias de 73% das atas eleitorais, a oposição afirmou que pode provar que houve fraude na apuração dos votos.
Relações diplomáticas
A Venezuela anunciou, na tarde de segunda-feira (29), a retirada do corpo diplomático de sete países latino-americanos e pediu que os governos destes locais fizessem o mesmo com seu pessoal.
O governo divulgou um comunicado sobre a retirada de representantes na Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, República Dominicana e Uruguai, além do Panamá.
Segundo o governo, a decisão é uma "rejeição às ações e declarações intervencionistas" desses governos, após a autoridade eleitoral proclamar a reeleição do presidente Nicolás Maduro.
A carta com foi publicada pelo ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil Pinto. No comunicado, o ministério considerou que a posição desses governos "atenta contra a soberania nacional".