O Equador investiga o estupro e assassinato de uma militar dentro de uma unidade do Exército, segundo autoridades e a defesa da vítima que, nesta quinta-feira (4), denunciou a omissão de oficiais em um suposto novo caso de feminicídio em instituições de segurança.
"Na autopsia mostra que (a subtenente Aidita Ati) foi golpeada, agredida e inclusive estuprada", afirmou a advogada Paola Montoya ao canal Teleamazonas.
Ati foi morta no último sábado (29) em seu quarto no chamado Forte Militar Napo, uma base na Amazônia equatoriana. O Ministério da Defesa afirmou em um comunicado que colabora com as investigações para que o Ministério Público "esclareça o caso com sucesso no menor tempo possível".
Segundo a advogada, as Forças Militares "omitem" informações sobre o caso, pois demoraram a notificar a família da morte e no início asseguraram que a subtenente tinha morrido por asfixia enquanto dormia.
"Queremos averiguar por que informaram (tarde) ao pai (da vítima), por que mandaram um comunicado dizendo que supostamente ela havia sufocado com seu próprio vômito", disse Montoya. Mais cedo, porém, a mulher tinha assistido a uma cerimônia dentro do quartel.
Ati morreu por estrangulamento e seu corpo apresentava golpes em várias parte e marcas de estupro, de acordo com a autopsia divulgada por veículos locais.
Quatro oficiais são investigados em liberdade, enquanto a família pede que a justiça comum encarregada do caso peça a prisão preventiva dos acusados para que eles não tenham chance de fugir.
Em setembro de 2022, a advogada María Belén Bernal foi assassinada por seu marido, o tenente Germán Cáceres, quando o visitava em uma academia de polícia fora de Quito, em um caso que chocou o país. O corpo da mulher ficou desaparecido por dez dias e foi achado em um campo a poucos quilômetros da Escola Superior de Polícia.
Depois do crime, Cáceres fugiu para a Colômbia, onde foi encontrado e capturado em dezembro do mesmo ano. O oficial foi condenado a 35 anos de prisão.
Em 2023, duas mulheres cadetes do Exército denunciaram abusos sexuais por parte de quatro alunos fora de uma unidade militar. O Ministério Público abriu uma investigação.
* AFP