Após mais de uma década, Julian Assange, fundador do WikiLeaks, chega a seu país natal como um homem livre. Na noite dessa terça-feira (25), ele se declarou culpado e foi condenado durante uma audiência no tribunal dos Estados Unidos nas Ilhas Marianas do Norte. O avião que o levava pousou em Camberra, capital da Austrália, nesta quarta-feira (26).
Apesar da condenação por espionagem, foi posto em liberdade devido a um acordo feito com as autoridades norte-americanas, em que ele confessa a autoria do crime. O acordo encerra uma disputa legal que se arrastou por 14 anos.
A Justiça dos Estados Unidos considerou que ele já cumpriu a pena de prisão enquanto esteve detido na Inglaterra. A juíza disse ainda ser "justo" e "razoável" aceitar como sentença os 62 meses de prisão que Assange já cumpriu no Reino Unido. Por fim, Manglona ainda desejou "feliz aniversário" antecipado para o criador do WikiLeaks, que comemora 53 anos na próxima semana.
Declaração de culpa
Assange se declarou culpado por violar a Lei de Espionagem dos Estados Unidos. A acusação envolve conspiração para obter e divulgar documentos classificados de defesa nacional norte-americana.
Ele disse ao tribunal acreditar que a Lei de Espionagem contradizia os direitos da Primeira Emenda dos Estados Unidos, mas que aceitava o fato de que incentivar fontes a fornecer informações confidenciais para publicação pode ser ilegal.
Depois de deixar o tribunal, Assange foi para o aeroporto e embarcou em voo rumo a Camberra, na Austrália. O ativista é australiano e deve viver no país com a esposa e os dois filhos.
Julian Assange ficou mundialmente conhecido por fundar o WikiLeaks, criando uma rede de ativistas. A organização foi responsável pelo vazamento de cerca de 700 mil documentos classificados como confidenciais pelos Estados Unidos.