O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, favorito para conquistar um terceiro mandato nas eleições gerais do país, votou nesta terça-feira (7), em meio às críticas da oposição que o acusa de exacerbar a polarização religiosa e de ofender os muçulmanos.
Cercado por uma equipe de segurança e por simpatizantes, o chefe de Governo de 73 anos votou em Ahmedabad, em seu estado natal de Gujarat, onde iniciou a carreira política e teve três mandatos como ministro-chefe.
Os analistas já o apontavam como vencedor antes do início das eleições, organizadas em sete etapas entre 19 de abril e 1º de junho, com 968 milhões de cidadãos registrados para votar no país mais populoso do mundo.
Modi saiu do local de votação e mostrou um de seus dedos marcados com tinta para uma multidão de apoiadores.
"Mais uma vez, digo aos indianos... que saiam em massa para votar e que celebrem a festa da democracia", declarou Modi.
Seu partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP) tem muita popularidade após dois mandatos, período em que a Índia ganhou peso diplomático e econômico no cenário internacional.
Com Modi na liderança, apelando à religião do eleitorado hindu, o BJP obteve duas vitórias esmagadoras em 2014 e 2019.
Embora tenha votado em Ahmedabad, Modi apresentou sua candidatura em Varanasi (que já foi conhecida como Benares), cidade sagrada do hinduísmo no estado de Uttar Pradesh. Esta circunscrição votará apenas na última fase das eleições, em 1º de junho.
A oposição e organizações de defesa dos direitos humanos denunciam um retrocesso democrático na Índia e criticam a política de Modi para as minorias religiosas, em particular em relação aos 210 milhões de muçulmanos do país, preocupadas com o seu futuro.
Desde o início das eleições, o primeiro-ministro reforçou a retórica nacionalista e referiu-se aos muçulmanos como "infiltrados" e "aqueles que têm mais filhos".
A oposição denunciou as palavras às autoridades eleitorais, que não anunciaram nenhuma medida, embora a lei eleitoral indiana proíba qualquer campanha baseada em "sentimentos sectários".
Modi também acusou o principal partido opositor, o Congresso Nacional, de querer distribuir a "riqueza nacional" às famílias muçulmanas.
Até o momento, a taxa de participação eleitoral está abaixo do índice registrado nas eleições de 2019, uma queda que os analistas atribuem a "um certo desinteresse" e à onda de calor que atinge o sul e o sudeste da Ásia.
Em Mathura, no estado de Uttar Pradesh, a participação caiu nove pontos na votação organizada em 26 de abril, dia em que os termômetros atingiram 41ºC.
A meteorologia prevê temperaturas elevadas nos próximos dias em vários estados, incluindo alguns que votam nesta terça-feira.
* AFP