Após mais de cinco meses de guerra, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas aprovou nesta segunda-feira (25) resolução pedindo "cessar-fogo imediato" em Gaza. Os Estados Unidos se abstiveram.
A resolução, com 14 votos favoráveis, incluindo da China e da Rússia, e uma abstenção "exige um cessar-fogo imediato para o mês do Ramadã" — que teve início há 15 dias e segue até 9 de abril — que leve a uma trégua duradoura e "exige a libertação imediata e incondicional de todos os reféns".
Quatro resoluções de cessar-fogo anteriores fracassaram, incluindo uma proposta pelos Estados Unidos na sexta-feira (22). Ao contrário do texto americano rejeitado, a resolução aprovada não estabelece vínculo entre essas exigências e os esforços diplomáticos do Catar, Estados Unidos e Egito, embora "reconheça" a existência destas negociações que visam trégua acompanhada de uma troca de reféns e prisioneiros palestinos.
O desafio agora é garantir que os envolvidos — o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas — cumpram as determinações exigidas no texto da ONU.
O novo projeto de resolução pede também a "remoção de todos os obstáculos" à ajuda humanitária, necessária para que os 2,4 milhões de habitantes de Gaza não morram de fome.
Muito dividido há anos sobre a questão, o Conselho de Segurança adotou apenas duas resoluções desde 7 de outubro, das oito submetidas à votação, embora de caráter essencialmente humanitário.
O novo projeto de texto também condena "todos os atos de terrorismo", mas não menciona os ataques do Hamas de 7 de outubro, que mataram pelo menos 1.160 pessoas, a maioria delas civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados de autoridades israelenses.
O Conselho de Segurança é formado por 15 países: cinco com assento permanente (China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos) e 10 rotativos (Argélia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Coréia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Suíça).