As brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini, que passaram 38 dias presas na Alemanha, serão indenizadas pela justiça do país. As duas, que são casadas, haviam sido detidas por supostamente transportar 40 quilos de cocaína nas malas – que não eram delas, como foi comprovado pela Polícia Federal brasileira. Por enquanto, o valor da indenização ainda não foi definido. Mas, conforme a defesa das brasileiras, há previsão de que seja de, pelo menos, R$ 15,3 mil para cada, o equivalente a 75 euros por dia de prisão. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Em março de 2023, as duas goianas embarcaram para uma viagem de 20 dias pela Europa, com destino à Alemanha, à Bélgica e à Holanda, para comemorar a conclusão da residência veterinária de Jeanne. Elas despacharam duas malas em Goiânia, uma preta com relevo geométrico e outra rosa com zíper rosa.
Ao chegarem em Frankfurt, no Estado alemão de Hessen, os oficiais do aeroporto apreenderam duas bagagens com etiquetas em seus nomes (uma cinza e outra rosa com zíper preto), contendo cerca de 40 quilos de cocaína. Kátyna e Jeanne reconheceram que as malas não eram suas e tentaram mostrar os documentos de embarque que indicavam que as suas bagagens pesavam, na verdade, 16 e 17 quilos cada. A polícia não reconheceu as provas e prendeu o casal em flagrante.
Uma investigação conduzida por autoridades brasileiras comprovou que as malas de Kátyna e Jeanne haviam sido trocadas no aeroporto de Guarulhos por um funcionário terceirizado. Ele estava supostamente envolvido em esquemas criminosos e já foi detido. O caso entrou para a Operação Iraúna, da Polícia Federal em Goiás, que já prendeu ao menos seis suspeitos de estarem envolvidos em esquemas para enviar drogas ao Exterior por meio de bagagens trocadas. A operação suspeita de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A ação criminal contra as goianas foi encerrada em dezembro de 2023. Ao jornal Folha de S. Paulo, Chayane Kuss de Souza, advogada das duas na Alemanha, explica que dificilmente o Ministério Público recorrerá da decisão, já que os promotores pediram o arquivamento do caso, considerando as brasileiras inocentes.