Os chanceleres do G20 se reunirão em 26 de setembro em Nova York com representantes do resto do mundo na semana de alto nível da Assembleia-Geral da ONU, anunciou nesta terça-feira (12) a representação do Brasil, que preside temporariamente o grupo.
— Teremos uma reunião ministerial na sede da ONU com a participação de todos os países-membros — disse o diplomata Mauricio Lyrio, sherpa brasileiro do G20.
Segundo Lyrio, o encontro deve ter uma "discussão importante" sobre os principais assuntos que o Brasil trouxe para a agenda do grupo.
— É uma oportunidade sem precedentes para que o G20 reúna forças com todos os membros da ONU com o objetivo de realizar um chamado à ação em favor da reforma das instituições de governança global, entre elas a ONU e, particularmente, o Conselho de Segurança, mas também em assuntos da agenda como a fome, a pobreza e as mudanças climáticas.
O Brasil considera que o G20, que reúne as economias mais avançadas do mundo, tem "um papel importante para ajudar a comunidade internacional" a propor soluções para os "numerosos desafios" que o planeta enfrenta.
— O mundo enfrenta múltiplas crises que agravam umas às outras. A solução requer uma cooperação internacional forte — disse o diplomata em uma reunião informal da Assembleia-Geral da ONU. — Se tivéssemos que resumir o atual desafio global em uma só palavra seria desigualdade [...] que é a causa profunda de várias crises e enfrentamentos e o principal fator de agravamento — assegurou o diplomata e escritor.
— O G20 não dispõe das ferramentas, nem dos membros para substituir um fórum multilateral estabelecido. Mas tem o papel de agir como um canal para reunir vontade política rumo a mudanças concretas — afirmou.
Um dos objetivos da presidência brasileira do grupo é a criação de uma Aliança Mundial para lutar contra a pobreza e a fome, uma resposta coordenada à mudança climática, fortalecer o multilateralismo e reformar as instituições de governança mundial, que refletem "a realidade atual" do mundo.