O Exército de Israel ordenou, nesta quarta-feira (24), o esvaziamento parcial da cidade de Khan Yunis, situada no sul da Faixa de Gaza e epicentro dos combates no enclave. Testemunhas relataram disparos de helicópteros militares israelenses em torno da cidade, onde Israel diz que os líderes do grupo terrorista Hamas estão escondidos.
Segundo a ONU, o Exército israelense ordenou que sejam esvaziados vários setores de Khan Yunis, onde vivem 88 mil habitantes e cerca de 425 mil pessoas deslocadas pela guerra.
O Hamas acusou nesta quarta-feira Israel de tentar transferir à força "dezenas de milhares de pessoas" de Khan Yunis para Rafah, na fronteira com o Egito. Rafah também sofre com os combates.
A Organização Mundial da Saúde lamentou nesta quarta-feira uma situação "catastrófica e indescritível" nos hospitais de Khan Yunis, enquanto o Crescente Vermelho palestino afirmou que há intensos ataques ao redor do hospital Al-Amal, uma das zonas que Israel pediu para evacuar.
Na terça-feira (23), o exército de Israel anunciou que havia cercado Khan Yunis e "aprofundado as operações na área", em cujos túneis os militares israelenses acreditam que líderes do Hamas estejam escondidos.
Israel tem agora como prioridade encontrar o líder do Hamas dentro de Gaza, Yahya Sinwar, e o chefe militar, Mohamed Deif, apontados como autores intelectuais do ataque de 7 de outubro em solo israelense, que terminou com mais de 1,2 mil mortos e 240 raptados.
As tropas também procuram ali alguns dos 136 reféns que permanecem no interior do enclave, por suspeitarem que possam estar escondidos sob aquela cidade, depois de terem encontrado há poucos dias um extenso túnel com indícios de que israelenses tinham sido detidos no local.
Na frente diplomática, uma delegação do Hamas está no Cairo, no Egito, desde terça-feira (23) para "discutir com o chefe da Inteligência egípcia uma nova proposta de cessar-fogo", segundo uma fonte próxima às negociações.
Brett McGurk, conselheiro do presidente americano para o Oriente Médio, também esteve no Cairo na terça-feira para discutir uma "pausa" nas hostilidades e a libertação de reféns, segundo Washington. Conforme John Kirby, porta-voz da Casa Branca, há "negociações muito sérias" para buscar outro acordo sobre os reféns. Até agora, o governo do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, se opõe a qualquer cessar-fogo.