Os rebeldes huthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, afirmaram nesta terça-feira (19) que prosseguirão com os ataques contra navios mercantes no Mar Vermelho, apesar do anúncio dos Estados Unidos sobre a formação de uma aliança de 10 países para proteger esta rota marítima.
"Mesmo que os Estados Unidos consigam mobilizar o mundo inteiro, nossas operações militares não vão parar (...)sem importar os sacrifícios que exigirá de nós", afirmou um comandante rebelde, Mohammed al Bujaiti, na rede social X.
Ele acrescentou que os ataques devem parar apenas "se Israel acabar com seus crimes e a comida, os medicamentos e o combustível chegar à população cercada" da Faixa de Gaza.
Al Bujaiti reagiu desta maneira ao anúncio de segunda-feira do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, sobre a criação de uma coalizão de 10 países para impedir os ataques dos huthis com mísseis e drones contra os navios que transitam pelo Mar Vermelho.
"Os países que buscam defender o princípio fundamental da liberdade de navegação devem se unir para abordar o desafio proposto por este ator não estatal", afirmou Austin no comunicado que anunciou a operação "Prosperity Guardian".
A aliança, segundo Austin, será integrada por Estados Unidos, França, Reino Unido, Bahrein, Canadá, Itália, Países Baixos, Noruega, Espanha e Ilhas Seychelles
O ministério francês da Defesa informou nesta terça-feira à AFP que a coalizão organizou sua primeira videoconferência, mas sem revelar o número de participantes nem as conclusões do encontro virtual.
Os rebeldes do Iêmen executaram vários ataques com drones e mísseis contra navios no Mar Vermelho nas últimas semanas, em resposta aos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza.
Na segunda-feira, o grupo reivindicou ataques contra dois navios no Mar Vermelho, um deles o norueguês M/T Swan Atlantic.
Em resposta, várias empresas de transporte marítimo decidiram evitar o ponto de entrada ou saída do Mar Vermelho, o Estreito de Bab al Mandeb, que separa a Península Arábica da África e por onde transita 40% do comércio mundial.
* AFP