As Forças de Defesa de Israel (FDI) estão montando novas estratégias para acabar com a vasta rede de túneis do grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. De acordo com o jornal estadunidense The Wall Street Journal, Tel Aviv está planejando usar um sistema de bombas de água para inundar a rede de túneis do Hamas com água do mar, com o intuito de expulsar os terroristas dos refúgios subterrâneos.
Segundo o jornal, as FDI montaram bombas de água nas proximidades do campo de refugiados de Al-Shati, no norte do enclave palestino. As bombas podem extrair água do Mar Mediterrâneo e inserir milhares de metros cúbicos de água por hora para os túneis, inundando os refúgios do Hamas em semanas.
Autoridades dos Estados Unidos não sabem dizer o quão perto Tel Aviv está de realizar o plano. Washington recebeu a notícia de forma mista, expressando preocupações sobre o abastecimento de água na Faixa de Gaza, que poderia ficar comprometido pelo plano israelense.
Não ficou claro se Israel pretende implementar o plano antes de todos os reféns saírem da Faixa de Gaza. De acordo com as Forças de Defesa de Israel, 136 reféns continuam no enclave palestino.
O exército israelense não comentou o plano de inundação dos túneis, segundo a reportagem, apenas afirmou que as Forças de Defesa de Israel estão fazendo de tudo para desmantelar as capacidades militares do grupo terrorista Hamas, utilizando várias estratégias e ferramentas.
Água potável
Oficiais estadunidenses se preocupam com a possibilidade de o plano israelense afetar ainda mais o acesso dos palestinos de Gaza a água potável, que é fornecida por meio de estações de purificação no enclave palestino, que neste momento estão desativadas, além de bombas de água que vem de Israel. Contudo, as bombas de água operam em níveis reduzidos.
De acordo com a ONU, o sistema fornecia 83 litros de água por dia antes da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, mas agora os palestinos recebem três litros por dia. A ONU afirma que os civis deveriam receber pelo menos 15 litros de água por dia.
O The Wall Street Journal afirmou que fontes sinalizaram que a operação colocaria o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em uma posição difícil e que a comunidade internacional poderia condenar a operação. Apesar disso, Washington reconhece que o plano é uma das poucas opções eficazes para desativar os túneis do grupo terrorista Hamas.
De acordo com o jornal, Israel teria que bombear um milhão de metros cúbicos de água para desativar os túneis de Gaza. As inundações podem afetar o solo de Gaza, que já é prejudicado por conta da poluição.