Um grupo armado de uma minoria étnica lançou ataques contra postos avançados das forças de segurança no oeste de Mianmar, informou a mídia local nesta segunda-feira (13).
Os combatentes do Exército de Arakan (AA) assumiram bases da guarda fronteiriça perto de Rathedaung, no estado ocidental de Rakhine, de acordo com um dos seus porta-vozes citado pela mídia local.
O AA trava há anos uma guerra pela autonomia da população da etnia rakhine do estado na sua terra natal, perto da fronteira com o Bangladesh.
As forças de segurança bloquearam o tráfego fluvial e rodoviário em torno de Maungdaw, ao norte de Rathedaung, disse um morador à AFP.
"Se os combates persistirem, abrirá uma nova frente significativa para o regime", disse Richard Horsey, do International Crisis Group.
O AA luta ao lado de outros dois grupos armados de minorias étnicas no norte de Shan (um estado que faz fronteira com a China): o Exército de Libertação Nacional de Taaung (TNLA) e a Aliança Democrática Nacional de Mianmar (MNDAA).
O grupo afirma ter feito dezenas de militares como reféns na sua ofensiva, lançada há duas semanas contra posições do Exército.
Segundo analistas, este representa o maior desafio militar contra a junta, que tomou o poder com um golpe de Estado em 2021.
Um porta-voz do MNDAA disse nesta segunda-feira que as suas forças capturaram no domingo a cidade de Kunlong, no estado de Shan, onde uma ponte estratégica atravessa o rio Salween.
Os confrontos entre as AA e o Exército em 2019 deslocaram mais de 200 mil pessoas em todo o estado de Rakhine, onde vivem cerca de um milhão de pessoas.
* AFP