O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, afirmou nesta quarta-feira (25) que está "chocado" com o que chamou de interpretação equivocada de suas declarações de terça-feira (24) sobre o grupo terrorista palestino Hamas, que irritaram Israel.
— Estou chocado com as deturpações de algumas das minhas declarações de ontem no Conselho de Segurança, como se estivesse justificando atos de terrorismo do Hamas — disse Guterres à imprensa.
— Isto é falso. Foi o contrário — acrescentou, de acordo com a BBC.
Na manifestação desta quarta, o secretário-geral da ONU condenou os ataques do Hamas a Israel, que chamou de "atos de terror" "horrorosos e sem precedentes" e reiterou que, no discurso que repercutiu, disse que nada justifica o assassinato ou sequestro de civis, nem o lançamento de mísseis contra eles, e que o sofrimento do povo palestino também não justifica as ações do Hamas.
Na terça-feira, em discurso de abertura da sessão do Conselho de Segurança da ONU, Guterres afirmou que "o ataque do Hamas não aconteceu por acaso", em referência aos atentados do grupo terrorista em solo israelense em 7 de outubro. O secretário-geral falou de uma "ocupação sufocante" de Israel na Faixa de Gaza.
Em represália, o chanceler israelense, Gilad Erdan, defendeu que Guterres pedisse demissão "imediatamente".
— Eu peço que ele se demita imediatamente. Não há justificativa ou sentido em falar àqueles que mostram compaixão às mais terríveis atrocidades cometidas contra os cidadãos de Israel e o povo judeu — disse Erdan.
Também como reação à fala de Guterres, o chanceler anunciou nesta quarta que Israel negou vistos a representantes da ONU.
