Candidato pelo partido Unión por la Patria, Sergio Massa é o representante da situação nas eleições argentinas. Ele passou a postular o cargo após a recusa de Alberto Fernández em concorrer à reeleição, e das condenações por corrupção que tiraram da vice-presidente Cristina Kirchner a possibilidade de disputar as eleições.
Massa, o atual ministro da Fazenda, teve de bater o jovem Juan Grabois nas prévias de agosto, quando obteve os 21,9% dos votos que garantiram sua continuidade na disputa. Divide a liderança nas pesquisas de voto com Javir Milei, e é a esperança da esquerda argentina para o segundo turno.
Adota tom moderado e propositivo, se autodefine como o “candidato com condições de estabelecer um governo de união nacional”. No entanto, nos debates, a cada proposta como as que envolvem a derrubada das barreiras comerciais ou os incentivos ao trabalho via isenção de tributos, se depara com ataques dos concorrentes que o responsabilizam pela atual situação do país.
Sergio Massa é apontado como responsável pela crise na Argentina
Entre as críticas, as mais frequentes o acusam de pegar o país com uma inflação de 65% ao ano e levá-lo ao limite da hiperinflação, experimentada ao longo das décadas de 1970 e 1980 com pelo menos dois agravantes: quase 30% da população está, atualmente, abaixo da linha de pobreza e, dos cerca de 14 milhões de trabalhadores ativos no país, 8 milhões estão na informalidade e somente 6 milhões regularizados, gozando de direitos cada vez menores.
Ainda assim, Massa foi o escolhido de Fernández e Cristina por seu trânsito entre a esquerda e a direita no país. Defensor do equilíbrio fiscal e do superávit comercial, Massa já foi deputado e chefe de gabinete de Cristina Kirchner e prefeito da cidade de Tigre.
O início de sua atuação política remete ao período de Eduardo Duhalde, em 2002, ano em que a crise na Argentina começa a se intensificar, e ele comandava o sistema de previdência do País.