Os governantes dos países da União Europeia (UE) participam nesta quinta (26) e sexta-feira (27) de um encontro de cúpula, no qual debaterão um apelo para a implementação de corredores humanitários e de "pausas" no conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, em Gaza.
A UE já divulgou um documento em que expressa apoio explícito ao direito de Israel à autodefesa, mas com respeito ao direito internacional, em particular à proteção dos civis.
Diante da situação dramática em Gaza, os líderes pretendem garantir que os palestinos do enclave recebam ajuda humanitária urgente e negociam um texto de consenso sobre uma interrupção das hostilidades.
A versão mais recente no rascunho das conclusões do encontro de cúpula, ao qual a AFP teve acesso, pede a implementação de "corredores humanitários e pausas", para proteger a população civil.
A ONU já defendeu um "cessar-fogo", mas fontes diplomáticas afirmaram que, no atual cenário, a Alemanha apresentou a ideia de mencionar "janelas" humanitárias, no plural.
Um funcionário de alto escalão da UE disse na quarta-feira que "as letras, as vírgulas e o idioma importam, e é assim que os acordos são alcançados".
Ucrânia na agenda
A reunião não deve abordar apenas a crise entre Israel e o Hamas. O encontro também revisará o cenário na Ucrânia, onde os combates prosseguem desde o início da ofensiva da Rússia.
A discussão acontece em um momento, no qual a crise no Congresso dos Estados Unidos provoca dúvidas sobre a sustentabilidade da ajuda militar de Washington a Kiev.
O chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, prometeu na terça-feira (24) que o apoio à Ucrânia "não será afetado de forma alguma pelo fato de, desde as horríveis horas da manhã de 7 de outubro, nos concentrarmos em Israel e no Oriente Médio".
Por outro lado, o governo da Eslováquia anunciou nesta quinta-feira (26) que interromperá a ajuda militar à Ucrânia.
A Comissão Europeia apresentará em 8 de novembro uma avaliação sobre se o bloco iniciará negociações com a Ucrânia para a eventual adesão.