O governo federal estima retirar 900 brasileiros que estão em Israel e na Palestina de terça-feira (10) até sábado (14), informou o comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno. O primeiro avião da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou em Tel Aviv na manhã desta terça (horário de Brasília).
A aeronave KC-30, com capacidade para cerca de 210 passageiros, pousou no Aeroporto Ben-Gurion às 15h41min no horário local (9h41min no horário de Brasília).
— Estamos coordenando as listas com o Ministério das Relações Exteriores — disse o comandante em entrevista nesta segunda-feira (9).
De acordo com o Itamaraty, a prioridade é a repatriação de quem mora no Brasil ou não tem passagem aérea de volta. Até o momento, 1,7 mil brasileiros manifestaram interesse em retornar ao Brasil. A maioria é de turistas que estão em Israel.
— Face à incerteza quanto ao momento em que poderão ocorrer os voos de repatriação, o Ministério das Relações Exteriores reitera recomendação de que todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou que tenham condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais do aeroporto Ben-Gurion, que continua a operar — diz nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.
Foram reservadas seis aeronaves para a retirada dos brasileiros. O segundo avião da Força Aérea Brasileira (FAB) deixou a Base Aérea de Brasília nesta segunda-feira (9). O KC-30 já está em Roma e de lá seguirá para Tel Aviv, em Israel. A primeira aeronave KC-30 envolvida na missão (FAB 2901) decolou hoje para Tel Aviv, às 11h42min horário local (6h42min horário de Brasília) para iniciar a repatriação de brasileiros.
Faixa de Gaza
Em relação aos brasileiros que estão na Faixa de Gaza, região mais afetada pelo conflito, o governo prepara um plano de evacuação, coordenado pela Embaixada do Brasil no Cairo (Egito).
“O Escritório de Representação em Ramala segue em contato com os brasileiros na Faixa de Gaza e, tendo em conta a deterioração das condições securitárias na área, está implementando plano de evacuação desses nacionais da região, em coordenação com a Embaixada do Brasil no Cairo”, diz nota do ministério.
O Itamaraty estima que ao menos 30 brasileiros vivem na Faixa de Gaza e outros 60 em Ascalão e em localidades na zona de conflito. Já em Israel, a embaixada brasileira já tinha reunido, até este domingo (8), informações de cerca de mil brasileiros hospedados em Tel Aviv e em Jerusalém interessados em voltar ao Brasil.
Conflito
No terceiro dia de conflito, Israel convocou 300 mil reservistas, realizou mais de dois mil bombardeios à Faixa de Gaza e impôs um bloqueio à região, impedindo a entrada de comida, água e combustível, em reação aos ataques armados do Hamas, movimento islâmico que controla Gaza.
Já o Hamas disse que irá executar reféns israelenses para cada bomba disparada por Israel que atingir civis. Segundo o grupo, são mais de 100 prisioneiros.
Desde sábado (7), quando o Hamas iniciou os ataques, foram identificados mais de 1,5 mil mortos, sendo 900 em Israel e 600 em Gaza. Os feridos somam 5 mil.
Os secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu ajuda humanitária internacional aos civis palestinos na Faixa de Gaza e o fim dos ataques a Israel e aos territórios palestinos ocupados.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, solicitou a intervenção das Nações Unidas para impedir "agressão israelita em curso”. Segundo ele, é preciso prevenir uma situação de catástrofe humanitária, sobretudo na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, propôs um governo de união nacional, com a participação de líderes de oposição. Ele destacou que as ações são apenas o início da retaliação ao Hamas.