Os Estados Unidos temem uma escalada do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, e um possível envolvimento direto do Irã, disse neste domingo (15) o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
Em entrevista à rede CBS, o representante citou a possibilidade de uma nova frente de batalha na fronteira entre Israel e Líbano.
— Não podemos descartar que o Irã decida se envolver diretamente de alguma forma. Temos de nos preparar para qualquer eventualidade. É um risco, e é um risco do qual estamos conscientes desde o início do conflito — acrescentou o conselheiro de Joe Biden.
Sullivan também justificou a decisão de enviar um porta-aviões para o Mediterrâneo Oriental:
— É por isso que o presidente agiu tão rápida e decisivamente para deslocar um porta-aviões para o Mediterrâneo Oriental, para levar aviões para o Golfo, porque enviou uma mensagem muito clara a qualquer Estado ou entidade que tente tirar vantagem desta situação.
No sábado (14), o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, anunciou que os Estados Unidos enviariam um segundo porta-aviões ao Mediterrâneo Oriental, com o objetivo de "dissuadir ações hostis contra Israel, ou qualquer tentativa de ampliar esta guerra".
O USS Eisenhower e seus navios de escolta vão se juntar ao primeiro porta-aviões, o USS Gerald R. Ford, destacado para a região após o sangrento ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro.
Também neste domingo, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que os EUA estão "preocupados" com o conflito.
— Não queremos ver outro grupo terrorista, como o Hezbollah, ampliando isso e abrindo frentes para distrair a atenção da luta contra o Hamas — afirmou, em entrevista à Fox News.
O movimento xiita libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, assumiu a responsabilidade por vários ataques contra posições israelenses desde o início da guerra entre Israel e Hamas.
— É claro que o Irã é, em grande medida, cúmplice, e isso permitiu ao Hamas operar e poder cometer os ataques terroristas que cometeu — acusou Kirby.
O porta-voz reforçou, no entanto, que ainda não há informações que indiquem uma "participação específica do Irã no ataque" do Hamas em 7 de outubro.