A agência russa de transporte aéreo Rossaviatsia confirma que o chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, estava a bordo do avião que caiu na região de Tver, na Rússia, nesta quarta-feira (23). A informação é da AFP. A aeronave, que teria 10 passageiros, veio ao chão durante o trajeto entre Moscou e São Petersburgo. Segundo as equipes de socorro, não houve sobreviventes.
A Rossaviatsia baseou sua confirmação em uma lista de passageiros repassada por uma companhia aérea. Outro comandante do Wagner, Dmitry Utkin, também estava no avião, de acordo com a mesma fonte.
O nome de Prigozhin estava na lista de ocupantes — algumas fontes indicam que seria o proprietário da aeronave —, mas como os oito corpos removidos dos escombros não foram oficialmente identificados, não foi confirmada, até agora, a morte dele.
Magnata do ramo de restaurantes, Prigozhin ficou amplamente conhecido no mundo em 2022, após admitir que era o fundador e líder da milícia que luta em nome da Rússia em diversas partes do mundo. Em junho, após o grupo conquistar avanços na invasão da Ucrânia, ele alegou falta de apoio do governo e liderou uma rebelião armada, que foi contida com um acordo. Os soldados de Prigozhin poderiam se alistar no Exército ou seguir suas vidas civis, enquanto ele deveria partir para Belarus, sem punição pelo motim.
A Casa Branca e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, levantaram suspeitas de que o ocorrido não tenha sido acidente. "A desastrosa guerra da Ucrânia levou um exército privado a marchar rumo a Moscou, e agora aparentemente a isto", declarou, em um comunicado, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson, após dizer que a morte de Prigozhin, se confirmada, "não seria surpresa para ninguém".
Biden foi além e citou possível envolvimento do presidente russo, Vladimir Putin.
— Não há muita coisa que aconteça na Rússia que Putin não esteja por trás. Mas não sei o suficiente para saber a resposta — comentou, ao ser informado da queda da aeronave.