As vendas de carros elétricos superaram as dos carros a diesel em junho pela primeira vez na União Europeia (UE), anunciou a Associação dos Fabricantes Europeus de Automóveis (ACEA). O bloco europeu quer proibir os carros com motores a combustão dentro de 12 anos.
Os veículos elétricos passaram de 10,7% do mercado para 15,1% em um ano. As vendas deste tipo de carro aumentaram especialmente na Holanda, Alemanha, França e Bélgica. Os carros a gasolina e híbridos continuam liderando as vendas, com 158 mil veículos vendidos.
Esse avanço é impulsionado em especial pela Tesla, já que um em cada cinco veículos vendidos na Europa no primeiro semestre carrega o T maiúsculo, ou seja, 137 mil carros.
As vendas de carros elétricos da líder europeia Volkswagen também dispararam (217 mil unidades vendidas, +68%), especialmente seus SUVs ID.4, ID.5 e Audi Q4.
O diesel continua em queda, afetado pelos baixos incentivos à compra e ao aumento dos preços dos combustíveis. Apesar dos bons números na Alemanha e na Europa Central, este setor já representa 13,4% das vendas.
Na primavera passada, a União Europeia ratificou a sua transição para um mercado 100% livre de emissões de gases com efeito de estufa até 2035, para cumprir com seus objetivos no combate às mudanças climáticas.
As vendas de veículos híbridos, que poluem um pouco menos e cuja compra permite beneficiar-se de bonificações, também registraram um forte aumento e representam 24,3% do mercado, impulsionadas por Alemanha, França e Itália.
Por outro lado, as vendas de híbridos recarregáveis (que podem ser conectados a uma tomada) caíram e contemplam 7,9% do mercado.
A gasolina continua sendo a maior energia usada pelos veículos novos na União Europeia, com 36,3% das vendas em junho, um aumento de 11%, alinhado com a melhoria global.
De forma mais ampla, as vendas de carros novos cresceram na Europa no primeiro semestre, com um aumento de 17,9% no ritmo anual. No entanto, com 5,4 milhões de veículos vendidos, o mercado permanece 21% abaixo do nível do primeiro semestre de 2019, último ano de todos os recordes antes da pandemia.
Volkswagen, em forma
Entre os principais mercados, Espanha (+24%) e Itália (+22,8%) registraram fortes aumentos de vendas no primeiro semestre de 2023. Na França, as vendas cresceram 15,3% e na Alemanha 12,8%.
"O crescimento dos últimos meses mostra que a indústria do automóvel europeia se recupera dos problemas logísticos causados pela pandemia", afirmou a ACEA em nota.
O mercado do automóvel europeu voltou à trajetória de crescimento em agosto de 2022, após o duro golpe da crise da covid-19, ao qual somou-se uma escassez significativa de peças cruciais, como os componentes elétricos.
Desde o início do ano, a Volkswagen consolidou amplamente a sua posição como maior vendedora de automóveis na Europa, ocupando 26,1% do mercado (+1,3 ponto em um ano) com mais de 1,4 milhão de veículos vendidos. Foi impulsionada pelo dinamismo da sua principal marca, a Audi; da tcheca Skoda e dos esportivos espanhóis Cupra.
A gigante alemã é seguida pela franco-ítalo-americana Stellantis (18,8% do mercado, um ponto a menos que há um ano). Peugeot, Opel, Fiat e Citroën registraram quedas. Por outro lado, as vendas de Alfa Romeo e Jeep (marcas menores) aumentaram graças a seus novos modelos.
A francesa Renault alcançou 11,1% do mercado europeu (+0,5 ponto na comparação anual), impulsionada por seus veículos de baixo custo Dacia, cujo volume cresceu 30,1% no primeiro semestre do ano.