Especialistas encontraram "supostos fragmentos humanos" em meio aos pedaços recuperados do submersível turístico Titan, que implodiu com cinco pessoas a bordo no Atlântico Norte durante uma imersão até a carcaça do Titanic no dia 18 de junho, anunciou em comunicado, nesta quarta-feira (28), a guarda costeira dos Estados Unidos.
Estes restos e os do submersível serão analisados, o que poderia fornecer "elementos cruciais para entender a causa da tragédia", ressaltou o capitão Jason Neubauer, chefe da investigação da guarda costeira.
O Titan, operado por uma empresa privada, submergiu no último dia 18, para uma observação dos restos do Titanic, e deveria ter retornado à superfície depois de sete horas, mas o contato com o submersível foi perdido em menos de duas horas.
Uma operação de resgate teve início para tentar salvar os ocupantes do submersível, mas as equipes constataram que a embarcação sofreu uma "implosão catastrófica", que não deixou sobreviventes.
Os restos do Titan foram trazidos para a terra firme nesta quarta-feira, em St. John's, Canadá. Um navio da guarda costeira americana os levará até um porto nos Estados Unidos, onde eles serão analisados pelos investigadores.
Provas cruciais
A imprensa do Canadá exibiu pedaços do que parecia ser a proa e o casco do submersível. Um dos diretores da empresa Pelagic Research Services, que havia enviado seu robô submarino controlado remotamente (ROV) para explorar o fundo do Atlântico, confirmou que havia concluído suas operações.
"Encerramos nossa parte no mar", informou à AFP o porta-voz da empresa, Jeff Mahoney. "Foi uma operação extremamente arriscada, tanto para o ROV quanto para a equipe, que trabalhou 24 horas por dia praticamente sem dormir durante toda a operação", continuou, confirmando que todas as equipes retornavam aos Estados Unidos.
O capitão Jason Neubauer elogiou os esforços "para recuperar e preservar estas provas cruciais a uma profundidade e distância extremas da costa", segundo o comunicado da guarda costeira americana.
Investigações foram abertas nos Estados Unidos e no Canadá para apurar as causas da implosão do submersível. "Ainda há muito trabalho a fazer para entender os fatores que levaram à perda catastrófica do Titan e ajudar a garantir que uma tragédia como esta não se repita", concluiu o capitão Neubauer.
Faziam parte da expedição o bilionário e explorador britânico Hamish Harding, 58 anos, o magnata dos negócios nascido no Paquistão Shahzada Dawood, 48, e seu filho Suleman, 19, ambos cidadãos britânicos, o oceanógrafo francês e especialista em Titanic Paul-Henri Nargeolet, 77, que visitou os destroços dezenas de vezes, e o norte-americano Stockton Rush, fundador e executivo-chefe da OceanGate, que pilotava o submersível.