O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que manteve um ótimo almoço de trabalho com o presidente da França, Emmanuel Macron. Lula foi recebido no Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa.
— Ótima reunião, ótimo almoço e vai ser ótima a próxima conversa — disse Lula, ao sair do local e abraçar Macron.
Cumprimentando ministros de Lula, o dirigente francês definiu a reunião como "formidável" e considerou que houve uma "boa troca" entre os presentes.
O encontro foi ampliado com os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, da Defesa, José Múcio, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Fazenda, Fernando Haddad. Dois comandantes militares participaram: o almirante Marcos Olsen, da Marinha, e o brigadeiro Marcelo Damasceno, da Força Aérea.
Macron afirmou à delegação de Lula no almoço que irá ao Brasil no segundo semestre, atendendo ao convite do petista. A data não está fechada, mas Lula quer a presença dele em uma reunião do Tratado de Cooperação Amazônica, a ser realizada em agosto, em Belém (PA).
Os presidentes discutiram entraves ao acordo comercial do Mercosul com a União Europeia. Lula manifestou reiteradamente que não aceita condicionantes ambientais propostas pelo bloco europeu e considera que os franceses precisam ceder no protecionismo do setor agrícola. Macron sofre pressão interna do segmento para não avançar no acordo.
Mais cedo, Lula disse na cúpula do Novo Pacto Financeiro Global que estava "doido" para fechar a negociação, mas que as exigências ambientais impedem acerto.
Conversaram ainda, segundo um integrante da comitiva, sobre a revisão do contrato de construção de submarino a propulsão nuclear, que envolve os dois países, o Pro-Sub. As comitivas trataram também da cooperação de segurança na zona de fronteira, entre o Amapá e a Guiana Francesa, sobre intercâmbio cultural e mudanças climáticas.