Nesta quinta-feira (22), as 40 horas de ar da cápsula do submersível Titan terão se encerrado, conforme as informações da guarda costeira americana, baseada na projeção do último contato. A embarcação desapareceu no domingo (18), enquanto levava cinco pessoas para ver os destroços do Titanic, entre a costa americana e canadense.
Mas os problemas envolvendo submersíveis e o drama pela busca por pessoas com vida não têm um histórico recente feliz, como noticiou a CNN Brasil. Em novembro de 2017, o Ara San Juan perdeu contato com a guarda costeira na metade do caminho entre Ushuaia, cidade no extremo sul da Argentina, e o Mar Del Plata, com 44 pessoas a bordo.
Na época, os esforços de Marinhas e Forças Aéreas, inclusive do Brasil, não foram capazes de ultrapassar a barreira do tempo ruim, com ondas de até seis metros de altura. Duas semanas depois, foram descartadas possibilidades de sobreviventes.
Quase um ano após a tragédia, uma empresa norte-americana chegou a ser contratada para encontrar os destroços da embarcação. Em novembro de 2018, a companhia encontrou os restos horas antes de suspender a operação, que custou 7,5 milhões de dólares. Por falta de meios necessários, conforme declarou o então ministro da Defesa da Argentina, Oscar Aguad, o casco não foi resgatado.
Há 50 anos, como lembrou a BBC, um caso épico e bastante dramático com submersível teve o Oceano Atlântico, na costa da Irlanda, como paisagem para o final feliz. Os tripulantes envolvidos nesse acidente tinham a missão de colocar cabos de telefonia submarinos, hoje capazes de transmitir as mensagens entre contas de WhatsApp mundo a fora.
Eles chegaram ao fundo do oceano com sucesso e encerraram as instalações, mas o cabo responsável por içar a dupla no navio rompeu a escotilha, inundando motor e outros equipamentos do veículo com aproximadamente uma tonelada de água. Sem poder retornar para a embarcação, os homens permaneceram na parte seca do submersível, com 64 horas de oxigênio disponíveis.
Com a correnteza, o cabo se rompeu, fazendo a dupla atingir o leito a 64 km/h. Eles sentiram muitas dores de cabeça em virtude do aumento de gás carbônico e tinham somente 12 minutos de oxigênio restantes quando a escotilha foi aberta por socorristas.
A dupla que permaneceu 84 horas junta sabia da escassez de ar e, por isso, ficou maior parte do tempo sem se mexer ou falar para economizar oxigênio. A única comida a bordo era um sanduíche e uma lata de suco. O período que os tripulantes passaram no submarino afundado foi de frio e umidade até chegarem em terra firme.