O desaparecimento do submarino que levava cinco pessoas em uma expedição até os destroços do Titanic desencadeou uma operação multinacional de busca e resgate nesta segunda-feira (19). A Guarda Costeira americana e o Canadá participam das buscas.
A embarcação de 6,5 metros, operada pela OceanGate Expeditions, começou sua descida no domingo (18) de manhã e perdeu contato com a superfície menos de duas horas depois. Acredita-se que um dos passageiros é um bilionário e aviador britânico, que postou antes nas redes sociais que participaria da expedição.
Os EUA utilizam dois aviões C-130 para realizar uma varredura da superfície, enquanto o Canadá enviou aeronaves "que utilizam tecnologia sonar com boias", além de um barco, disse o suboficial-chefe da corporação americana, Robert Simpson.
— É um desafio realizar uma busca nessa área remota, mas estamos mobilizando todos os recursos disponíveis para garantir que possamos localizar a embarcação e resgatar as pessoas a bordo — declarou o contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA, John Mauger, a repórteres em Boston, onde supervisionava a operação.
O tempo é um fator crítico. A embarcação tem autonomia de 96 horas para uma tripulação de cinco pessoas, e Mauger apontou, na tarde desta segunda, que acreditava que ainda restavam cerca de 70 horas de oxigênio.
Em seu comunicado, a OceanGate Expeditions afirmou que estava "profundamente agradecida pela ampla assistência que recebemos de várias agências governamentais e companhias de águas profundas em nossos esforços para restabelecer o contato com o submersível".
Sem ter estudado esta embarcação especificamente, Alistair Greig, professor de engenharia marinha na University College London, sugeriu duas possíveis teorias, com base em imagens do submersível publicadas pela imprensa. Ele disse que, se houve um problema elétrico ou de comunicações, a embarcação pode ter subido para a superfície e permanecido flutuando, "à espera de ser encontrado".
— Outro cenário é um comprometimento do casco de pressão, um vazamento. Então o prognóstico não é bom — explicou.
Embora o submarino possa ainda estar intacto durante o mergulho, "são poucas as embarcações" capazes de ir até a profundidade em que o Titan pode ter chegado.
Bilionário da aviação anunciou que estaria a bordo
No domingo, o bilionário e aviador britânico Hamish Harding publicou no Instagram que estava "orgulhoso de finalmente anunciar" que participaria da expedição "para a Missão RMS TITANIC como especialista de missão no submarino que desce até o Titanic".
"Devido ao pior inverno em Terra Nova em 40 anos, é provável que esta seja a primeira e única missão tripulada até o Titanic em 2023", acrescentou Harding, de 58 anos.
Não se sabe quem mais estava a bordo. Harding escreveu que "a equipe do submarino tem exploradores lendários, alguns dos quais já realizaram mais de 30 imersões no RMS Titanic desde a década de 1980".