A coroação do rei Charles III, em Londres, está envolta pela tradição da realeza. Mas a carruagem que conduziu o monarca e sua esposa até a Abadia de Westminster tem ar-condicionado, vidros elétricos e suspensão hidráulica.
O trajeto do Palácio de Buckingham à Abadia de Westminster foi a bordo da Carruagem do Jubileu de Diamante (Diamond Jubilee State Coach), uma das mais recentes aquisições da Família Real.
Antes da coroação, o casal passou pela avenida The Mall até a Trafalgar Square, seguiu pela avenida Whitehall até a Praça do Parlamento e, em seguida, para a Abadia. Na volta, o caminho é o mesmo. Entretanto, será realizado com a Carruagem de Ouro de Estado (Gold State Coach). Com mais de 200 anos, o veículo construído em 1762 participou de todas as coroações desde 1831.
A Jubileu foi desenvolvida para marcar o 80º aniversário da rainha Elizabeth II, em 2006. Porém, a demora na construção obrigou a uma mudança de planos. Assim o veículo acabou servindo para homenagear o 60º aniversário da coroação da rainha, em 2012, o Jubileu de Diamante. Apesar disso, só foi usada pela primeira vez em 2014, na abertura do Parlamento.
A carruagem é puxada por seis cavalos e pesa três toneladas, tendo 5,5 metros de comprimento e 3,4 metros de altura. Possui suspensão hidráulica, sistema de aquecimento, iluminação, vidros elétricos e ar-condicionado e foi construída na Austrália.
Há elementos históricos na confecção da carruagem. Partes do navio de guerra de Henrique VIII, o Mary Rose, da macieira de Sir Issac Newton e da pedra do Destino, por exemplo, estão incorporados à carroceria da carruagem.
Mas há outros itens relevantes, como os corrimãos. Foram feitos a partir do Royal Yacht Britannia, enquanto uma coroa de madeira folheada a ouro, que forma a decoração do telhado da carruagem, foi esculpida em carvalho do carro-chefe de Nelson, o HMS Victory.
Além disso, o veículo, que em termos de conforto se assemelha até a um automóvel, possui fragmentos do camarote real em Ascot, da base antártica de Sir Ernest Shackleton, madeiras de 30 palácios, castelos e catedrais, e até um fragmento do vestido de Florence Nightingale, fundadora da enfermagem moderna, entre outros símbolos britânicos.