O governo dos Estados Unidos aprovou nesta segunda-feira (13) um grande e polêmico projeto da empresa ConocoPhillips para explorar petróleo no norte do Alasca, anunciou o Departamento do Interior, apesar da pressão de grupos ambientalistas.
Reduzido a três áreas de perfuração, das cinco inicialmente solicitadas pela companhia, o projeto está localizado na área conhecida como Reserva Nacional de Petróleo, em terras estatais do Alasca.
O diretor-executivo de ConocoPhillips, Ryan Lance, disse que a medida foi a "decisão correta para o Alasca e nossa nação", mas recebeu críticas imediatas dos grupos ambientalistas.
— Chegamos tarde demais à crise climática para aprovar projetos maciços de petróleo e gás que afetam diretamente a nova economia limpa que a administração Biden se comprometeu a promover — afirmou a presidente da Earthjustice, Abigail Dillen.
O presidente Joe Biden chegou à Casa Branca com a promessa de não permitir novas perfurações de petróleo e gás em terrenos federais. Nos últimos dias, o governo sofreu intensa pressão de grupos ambientalistas para não aprovar o projeto.
Buscando ao mesmo tempo satisfazer estes grupos, a administração anunciou também que está trabalhando em proteções adicionais para uma grande área de reserva nacional de petróleo, e que ainda quer proibir permanentemente a perfuração sobre uma grande área do Oceano Ártico, às margens desta reserva.
— Sabemos que o presidente Biden compreende a ameaça existencial do clima, mas está aprovando um projeto que inviabiliza seus próprios objetivos climáticos — reforçou Abigail Dillen.
Os legisladores do Alasca e patrocinadores do projeto afirmam que este será uma fonte de vários milhares de empregos e que contribuirá para a independência energética dos Estados Unidos, com uma produção máxima de 180 mil barris de petróleo por dia.
— O Projeto Willow é de vital importância para a economia do Alasca, trabalhos bem remunerados para nossas famílias e a futura prosperidade do nosso estado — enfatiza Dan Sullivan, senador republicano pelo Alasca.
Por outro lado, as associações ambientalistas denunciam o projeto como uma catástrofe que agravará as mudanças climática.
— Willow vai ser uma das maiores operações de petróleo e gás em terras públicas federais do país. A contaminação de carbono que vai liberar no ar terá efeitos devastadores na nossa gente, na vida silvestre e no clima. Vamos sofrer as consequências nas próximas décadas — reforçou nesta segunda-feira a organização ambientalista Sierra Club.