Centenas de manifestantes filipinos celebraram neste sábado o 37º aniversário da revolta popular que derrubou o pai do atual presidente, Ferdinand Marcos Jr, e enviou sua família ao exílio.
Esta foi a primeira celebração do movimento desde que Ferdinand Marcos Jr assumiu o poder, em junho do ano passado.
O presidente elogia com frequência o regime de ditatorial de 20 anos de seu pai, que é muito criticado por analistas como um período de violação dos direitos humanos e grande corrupção que empobreceu o país.
Os manifestantes, incluindo sobreviventes da repressão da ditadura de Marcos pai, caminharam até o monumento "Poder Popular", em Manila.
Muitos gritaram "Marcos, Duterte, todos são os mesmos ditadores fascistas", em referência ao ex-presidente Rodrigo Duterte e seu sucessor, Marcos Jr. Quase 200 policiais acompanharam o protesto.
A religiosa Mary John Mananzan, veterana ativista dos direitos humanos, pediu aos manifestantes que "permaneçam vigilantes" após o retorno da família Marcos ao poder.
O atual presidente enviou flores ao monumento, que fica na principal avenida da capital, local do início dos protestos contra seu pai.
Marcos Jr recordou em um comunicado "os tempos de tribulação e como saímos unidos e fortalecidos como nação".
"Novamente, estendo minha mão de reconciliação para aqueles de orientação política diferente para nos unirmos como um só na construção de uma sociedade melhor", disse Marcos Jr.
Quando Ferdinand Marcos tentava desesperadamente permanecer no poder em 1986, centenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas de Manila durante quatro dias em um protesto apoiado pelos militares.
A família, incluindo Marcos Jr., deixou o palácio presidencial em 25 de fevereiro em um avião militar americano com malas e caixas de joias, ouro e dinheiro.
Após a morte do patriarca em 1989 no Havaí, a família retornou às Filipinas para reconstruir sua base política e reabilitar seu nome.
* AFP