A recuperação na China deve contribuir com um quarto do crescimento mundial, mas as incertezas sobre a covid-19 e o setor imobiliário no país asiático podem frear a aceleração, afirmou o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Depois de quase três anos sob restrições draconianas, a China acabou em dezembro com a política 'covid zero', estratégia que afetou a economia e gerou descontentamento entre a população.
O crescimento em 2022 foi de apenas 3%, um dos menores das últimas quatro décadas.
"A economia da China deve se recuperar este ano, à medida que aumentem a mobilidade e a atividade após o fim das restrições da pandemia, o que vai proporcionar um impulso à economia global", afirmou o FMI em sua avaliação anual da economia chinesa.
Na segunda-feira, o Fundo elevou a previsão para a economia da China, que deve registrar crescimento de 5,2% em 2023.
Ao mesmo tempo, a instituição fez um alerta sobre o "elevado grau de incerteza" que persiste devido à pandemia e a imunidade da população.
Neste cenário, o crescimento da China "continua sob pressão" diante do risco do surgimento de novas variantes da covid-19 que podem frear a recuperação.
O país também enfrenta "desafios econômicos significativos" como a crise imobiliária que "continua sem solução", segundo o FMI.
O setor representa 25% do PIB da China e teve um papel fundamental na recuperação pós-pandemia em 2020, mas enfrenta muitos problemas desde então.
Várias imobiliárias lutam para não falir depois que o governo da China endureceu as condições de acesso ao crédito, em um momento de queda nas vendas.
* AFP