Antes de qualquer negociação diplomática, a Ucrânia deve ceder os territórios, cuja anexação é reivindicada pela Rússia, declarou o governo russo nesta terça-feira (13), em resposta à proposta do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, de organizar uma "cúpula de paz global".
— A parte ucraniana deve levar em conta as realidades (...) no terreno. Essas realidades são que a Federação Russa tem novos sujeitos, em consequência dos referendos ocorridos nesses territórios. É impossível qualquer avanço diplomático até que o governo ucraniano leve essas realidades em consideração — afirmou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, durante sua coletiva de imprensa diária.
No final de setembro, a Rússia reivindicou a anexação de quatro regiões ucranianas, além da Crimeia — anexada em 2014 —, apesar de não controlá-las totalmente. Essas decisões foram majoritariamente rejeitadas pela comunidade internacional.
A Ucrânia exige, por sua vez, que a Rússia retire seu exército e entregue todos os territórios ocupados.
Peskov também descartou que a Rússia vá retirar suas tropas da Ucrânia antes do Natal, outra demanda feita por Zelensky na segunda-feira (12), durante um discurso aos países do G7, reunidos por videoconferência.
Nesse mesmo encontro, o presidente ucraniano reiterou seu plano de paz de 10 pontos apresentado em meados de novembro, que trata do restabelecimento da integridade territorial, do destino dos prisioneiros e da segurança alimentar, entre outros.
O exército ucraniano tem conseguido repelir as tropas russas nos últimos meses. Em resposta, Moscou mobilizou 300 mil reservistas para consolidar suas linhas defensivas e está lançando ataques contra infraestruturas energéticas do país.