Os eleitores de Guiné Equatorial comparecem às urnas neste domingo (20) para eleições presidenciais e legislativas, nas quais Teodoro Obiang Nguema, no poder há 43 anos, têm a reeleição garantida diante de uma oposição amordaçada.
Obiang Nguema, de 80 anos, aspira o sexto mandato presidencial à frente do pequeno país do centro-oeste da África, rico em hidrocarbonetos e que conquistou a independência da Espanha em 1968.
Ele tem o recorde mundial de longevidade no poder, sem considerar as monarquias, em um país onde qualquer forma de oposição foi sufocada e reprimida ao mínimo.
Obiang Nguema sempre foi eleito com mais de 93% dos votos e seu todo-poderoso Partido Democrático de Guiné Equatorial (PDGE) ocupa 99 das 100 cadeiras da atual Assembleia Nacional e as 55 do Senado, que também serão renovadas neste domingo, assim como as prefeituras.
No total, 427.661 pessoas estão registradas para votar neste pequeno país africano de 1,4 milhão de habitantes, com um regime político que está entre os mais autoritários do mundo.
O governo é acusado com frequência por ONGs de defesa dos direitos humanos e países ocidentais de reprimir violentamente qualquer oposição e cometer abusos contra os direitos humanos.
Na disputa presidencial, Teodoro Obiang Nguema enfrenta Andrés Esono Ondo, secretário-geral da Convergência para a Democracia Social (CPDS), o único partido de oposição que não foi proibido.
Ondo, de 61 anos, foi detido por 13 dias no Chade em 2019, quando viajava para o congresso de um partido da oposição neste país.
O governo de Guiné Equatorial o acusou na ocasião de fomentar um "golpe de Estado com financiamento estrangeiro".
O outro candidato à presidência é Buenaventura Monsuy Asumu, do Partido da Coalizão Social Democrata (PCSD), aliado do PDGE nas legislativas.
Asumu disputa a presidência pela quarta vez, sem ter conseguido destaque em nenhuma das três anteriores. Ele é acusado pela oposição de atuar como um "fantoche" do regime.
Nas últimas semanas, as forças de segurança prenderam muitos opositores, acusados pelo governo de fomentar uma "complô" para a execução de "atentados", em particular contra "embaixadas ocidentais e casas de ministros".
Neste domingo, a capital do país, Malabo, estava sob medidas de segurança máxima e a proibição da venda de bebidas alcoólicas estavam em vigor desde sábado.
* AFP