Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisa Hídrica e Atmosférica da Nova Zelândia revelou que a erupção vulcânica ocorrida em janeiro deste ano em Tonga, na Oceania, foi a mais forte já registrada no mundo. Os dados da pesquisa foram obtidos com equipamentos modernos e divulgados por uma equipe de cientistas nesta segunda-feira (21).
De acordo com o estudo, a erupção expeliu quase 10 quilômetros cúbicos de material vulcânico — o equivalente a 2,6 milhões de piscinas olímpicas— e lançou escombros a mais de 40 quilômetros de altura, até a mesosfera. Além disso, o evento chegou até o Pacífico, o que gerou consequências como a destruição de cabos de comunicação submarina.
Na época do ocorrido, o vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai entrou em erupção debaixo da água com uma força equivalente a 100 bombas atômicas e provocou um tsunami de 15 metros que destruiu casas e matou pelo menos três pessoas em regiões próximas do Oceano Pacífico. Por conta dos efeitos da erupção, Tonga ficou isolada do resto do mundo por duas semanas.
"A erupção atingiu um recorde de altura. Foi a primeira a alcançar a mesosfera, a camada acima da estratosfera", explicou o geólogo marinho Kevin Mackay em comunicado.
Magnitude da erupção
A erupção do Hunga Tonga-Hunga Ha'apai pode ser equiparada a do vulcão Krakatoa na Indonésia, que matou milhares de pessoas em 1883, antes da invenção de instrumentos modernos de medição.
Segundo Mackay, a diferença entre os fenômenos é que em Tonga a atividade vulcânica foi observada embaixo da água. O cientista também explica que neste evento a coluna de fumaça expelida pelo vulcão continha quase dois quilômetros cúbicos de partículas que permaneceram na atmosfera durante meses, o que provocou deslumbrantes momentos de pôr do sol na região do Pacífico até a Nova Zelândia.
A equipe envolvida no estudo também descobriu que a cratera do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai está agora 700 metros mais profunda do que no período anterior a erupção.