Na tarde deste sábado (27), o papa Francisco presidiu o oitavo Consistório de seu pontificado, dando posse a 20 novos cardeais, dos quais 16 têm menos de 80 anos e serão, portanto, eleitores em um futuro Conclave. Há quatro não eleitores, por terem ultrapassado o limite de idade. Entre os novos cardeais estão dois brasileiros, o arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, e o arcebispo de Manaus, dom Leonardo Steiner.
Um a um, os novos cardeais se aproximaram da cadeira do Papa para receber os símbolos do cardinalato de joelhos: solidéu vermelho, barrete, anel, a bula com a atribuição do título/diaconia. Pela primeira vez, quatro países estarão representados no Colégio Cardinalício: Mongólia, Paraguai, Cingapura e Timor Leste.
O papa falou do espírito que deve animar a missão dos cardeais: abertura a todos os povos da Terra e atenção aos pequenos, aqueles que são grandes diante de Deus.
— Um cardeal ama a Igreja, sempre com o mesmo fogo espiritual, tanto nas grandes questões como nas pequenas; tanto no encontro com os grandes deste mundo, como com os pequenos, que são grandes diante de Deus — disse ainda.
Também foi votada a causa de canonização de dois beatos: João Batista Scalabrini, bispo de Piacenza, fundador da Congregação dos Missionários de São Carlos e da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, mais conhecidos como Scalabrinianos; e Artêmides Zatti, leigo professo dos Salesianos.
Na segunda (29) e na terça-feira (30), papa convocou uma reflexão de cardeais de todo o mundo sobre a nova "Constituição Apostólica Praedicate Evangelium", promulgada em 19 de março passado e que contém e sistematiza muitas reformas já implementadas nos últimos anos na Cúria Romana. A sala de imprensa da Santa Sé anunciou pela manhã os detalhes sobre as participações e a organização dos trabalhos. Em um comunicado, lê-se que dos 197 atualmente considerados presentes, além dos cardeais, estarão os patriarcas orientais e os superiores da Secretaria de Estado.
Muitos consideram que o evento pode ser um "pré-conclave", já considerando a possibilidade de uma renúncia de Francisco. Neste sábado, os purpurados presentes no Vaticano foram unânimes em desconsiderar esta visão:
— Eu não acredito nesses boatos, ainda mais agora que o vi pessoalmente. Teremos o papa Francisco por muito tempo ainda. O santo padre está lúcido, de boa saúde. Me disse apenas sentir uma certa dor no joelho, mas o vi com total capacidade de exercer suas funções — afirmou o arcebispo emérito de Cartagena das Índias (Colombia), Jorge Enrique Jiménez Carvajal