Cerca de 2,8 mil bombeiros combateram, no domingo (10), em Portugal, para controlar três incêndios florestais que devastam há vários dias áreas do centro e do norte de Portugal, o que levou o governo a declarar "estado de contingência" devido às temperaturas elevadas.
— O fogo chegou a 50 metros da última casa do vilarejo, lá em cima queimou tudo — declarou à AFP Donzilia Marques, ao apontar para as colinas que ficam entre a sua localidade, Travessa de Almogadel, e o vilarejo de Freixianda, no município de Ourém, centro do país.
A mulher foi retirada da localidade, mas conseguiu voltar para sua casa e constatou que nenhuma residência havia queimado, apesar do incêndio - que começou na quinta-feira (7) - ter arrasado 1,5 mil hectares de vegetação.
Outro incêndio, declarado na sexta-feira (8), devasta uma zona próxima, em Pombal, e mobilizou 450 bombeiros.
E na quinta-feira um incêndio começou em Carrazeda de Ansiães, na região nordeste do país.
O governo português elevou o nível de alerta e decretou "estado de contingência", que vale até a próxima sexta-feira (15). A medida permite que a defesa civil mobilize todos meios do país para combater os incêndios. Lisboa pediu à União Europeia que acione o mecanismo comum, com o qual foram mobilizados dois aviões-tanque procedente da Espanha.
Os incêndios dos últimos dias deixaram cerca de 40 pessoas levemente feridas entre bombeiros e população, mas a maioria das vítimas foi tratada por sintomas de intoxicação ou exaustão, segundo um relatório divulgado domingo pelo comandante nacional da proteção civil, André Fernandes.
O ministro do Interior, José Luis Carneiro, destacou que as temperaturas podem chegar aos 45ºC e afirmou que Portugal enfrenta a "pior combinação de fatores" desde os incêndios que afetaram o país entre junho e outubro de 2017, que deixaram mais de 100 mortos.