Um artigo publicado no boletim mensal do Banco Central Europeu, nesta segunda-feira (20), aponta para uma taxa de atividade a médio prazo de entre 25% e 55% para os refugiados da Ucrânia em idade de trabalhar. Com isso, mais da metade dos ucranianos realocados por conta da guerra que chegam à zona do euro poderiam encontrar trabalho, o que permitiria "aliviar levemente" a falta de mão de obra no mercado de trabalho, afirmou o BCE.
"O aumento da mão de obra poderia aliviar levemente as tensões observadas no mercado de trabalho da zona do euro, onde a demanda de mão de obra (é) atualmente dinâmica e onde observamos um agravamento da escassez de habilidades", segundo o artigo.
Muitos países europeus, entre eles a Alemanha, a primeira economia da zona do euro, sofrem dificuldades para contratar pessoal e espera-se que a situação piore devido ao envelhecimento da população.
Mas os refugiados ucranianos enfrentam obstáculos que vão desde a falta de competências linguísticas à ausência, em alguns casos, de estruturas de acolhimento para as crianças.
Após o início da ofensiva russa em 24 de fevereiro, a Ucrânia impôs a lei marcial em seu território, que impede que homens entre 18 e 60 anos deixem o país. Sendo assim, as primeiras vagas de refugiados foram essencialmente constituídas por idosos, crianças e mulheres em idade ativa.
No entanto, a médio prazo, espera-se que a população masculina aumente. Entre 50% e 75% dos refugiados que chegam à zona euro estarão em idade ativa.