Milhares de pessoas se manifestaram a favor do direito ao aborto nesta quinta-feira (12) em várias cidades da Croácia depois que as autoridades permitiram que uma mulher interrompesse sua gravidez unicamente porque o feto tinha uma doença grave.
Na capital, Zagreb, o protesto, organizado sob o lema "Chega", ocorreu um dia após o ministro da Saúde, Vili Beros, anunciar que uma "comissão autorizou a interrupção da gestação" de Mirela Cavajda.
Muitos manifestantes exibiam bandeiras rosas onde se lia: "Chega de clericalismo nas clínicas ginecológicas", "Chega de colocar em risco a saúde das mulheres". Também houve manifestações em outras oito cidades.
No país, membro da União Europeia (UE), grupos conservadores pressionam o governo para limitar o direito ao aborto, que é autorizado até a 10ª semana de gravidez. Depois disso, apenas quando a saúde da mulher ou do feto estiver em perigo ou em casos de estupro ou incesto.
Mirela Cavajda, de 39 anos, estava no sexto mês de gestação quando os médicos diagnosticaram em abril um tumor no cérebro do feto. Eles disseram que a criança teria graves problemas de saúde, segundo a imprensa local.
Quatro hospitais de Zagreb se recusaram a praticar um aborto, mas uma comissão médica concluiu que o caso reunia as condições legais e médicas para a realização do procedimento.
* AFP