As forças russas atacaram a Azovstal, uma grande siderúrgica contendo o último bolsão de resistência ucraniana em Mariupol, cidade portuária no sul da Ucrânia, neste domingo (17). O município esteve cercado por seis semanas, e sua captura ajudaria os planos de Moscou para uma ofensiva em grande escala no leste do país.
Com os últimos combatentes ucranianos em Mariupol se recusando a se render, o presidente do país, Volodimir Zelensky, disse que a Rússia "está deliberadamente tentando destruir todos os que estão lá". Além disso, o mandatário afirmou que a Ucrânia precisa de mais armas pesadas do Ocidente para ter alguma chance de salvar a cidade portuária:
— Ou nossos parceiros dão à Ucrânia todas as armas pesadas necessárias, os aviões e, sem exageros, imediatamente, para que possamos reduzir a pressão dos ocupantes em Mariupol e quebrar o bloqueio, ou o fazemos por meio de negociações, nas quais o papel de nossos parceiros é decisivo.
Mais cedo, Zelensky havia dito a jornalistas ucranianos que o contínuo cerco a Mariupol poderia frustrar as tentativas de negociar o fim da guerra.
No sábado (16), um porta-voz do Ministério da Defesa russo disse que as forças ucranianas haviam sido expulsas da maior parte da cidade e permaneciam apenas na siderúrgica Azovstal, onde túneis permitem que os defensores se escondam e resistam até ficarem sem munição.
Os russos já controlam o que resta da cidade, após semanas de bombardeios. Atacar a siderúrgica faz parte dos preparativos da Rússia para o ataque no leste da Ucrânia.